Hoje, se pudesse, morria. Morria com a condição de voltar daqui a dois ou três anos a ver se esta merda já passou.
Já à tempos que não me sentia tão emocionalmente desgastada...
17 December 2008
12 December 2008
11 December 2008
"and every word is nonsense and I understand them all"
Diziam os Counting Crows já à uns anos na letra da musica Anna Begins, e aquilo, já na altura me dizia tanto. Sempre achei que aquela pessoa me iria perceber até a mais pequena variação no respirar. E percebe. Percebe até cada ponto mal colocado propositadamente nas sms. E eu amo-lhe, também, isso. Mesmo nos dias em que lhe digo que "não, não se passa nada"...
Diziam os Counting Crows já à uns anos na letra da musica Anna Begins, e aquilo, já na altura me dizia tanto. Sempre achei que aquela pessoa me iria perceber até a mais pequena variação no respirar. E percebe. Percebe até cada ponto mal colocado propositadamente nas sms. E eu amo-lhe, também, isso. Mesmo nos dias em que lhe digo que "não, não se passa nada"...
05 December 2008
Ás vezes os nosso medos não são só nossos...
"Se eu morresse hoje...
Só tinhas estado comigo meia hora para te despedires. Uma meia hora perdida, sem muito amor ou passagem pelos corpos, como que a decorar aqueles traços que jamais vamos ver. Se hoje fosse o meu último dia, a noite de fados ficaria para ti com outra rapariga que havia de gostar só de hip hop. O anel que sonhei ter não estaria na minha mão, ficaria para sempre numa montra perdida à espera de um romântico feliz. Não seria tua noiva vestida como uma princesa sorridente, de cabelo solto e pés descalços. O avião ficaria no aeroporto sem viajar para longe de Portugal. Ai se morresse hoje, não me ias levar a passear por tanto sitio que ficava por ver e amar. Não provaria um jantar feito por ti, enquanto espreitava por trás do teu ombro para a panela fumegante. Se o meu corpo deixaria de aqui estar, a lareira não queimaria lenha pelos dois numa casa fria. O tapete peludo seria só uma peça decorativa que pisavam sem reparar que ali estivemos nós. As garrafas de vinho continuariam na adega, sem festejos e risos de uma bêbada cheia de alegria, entre sorrisos apaixonados. O lençol não teria de ser passado, ganhava rugas com o tempo. O teu rádio tocaria todas as músicas que querias ouvir, sem o meu dedo para mudar mudar mudar sempre que era música má. A janela ficaria fechada porque o meu calor estava apagado. A tua barba ia ser cortada na mesma, porque és vaidoso. Só eu sei apreciar cada pormenor da vida. Os exageros terminavam comigo e a tua vida ia ser sossegada. Casa - trabalho e uns copos pelo meio. O teu telemóvel ia servir só para chamadas e as palavras doces deixavam a tua caixa de entrada. Onde andas? Ninguém vai querer saber. O cinema será uma tela escura, sem barulho de pipocas mesmo ao teu lado. Se morresse hoje não tínhamos direito ao nosso tecto em conjunto, com um sofá grande, abraçados a ver um filme qualquer. A Inês não ia chamar pelo pai, muito menos pela mãe. Ela nem teria tempo de nascer. Não tínhamos feito amor todas as vezes que merecíamos, no alto mar ou numa esquina qualquer. Quem olharias tu durante uma viagem? Os poemas deixariam de rimar, as cartas estariam sem palavras porque a tinta da caneta secara. O arroz de marisco picante que faço, a tua boca não ia comer mais. E nos dias frios? Com quem ias ralhar por só ter uma camisola vestida que gosta de tirar sem pensar duas vezes. Terias de ir ler as coisas antigas que escrevo para te recordares de como te amava. Podias começar a dormir até mais tarde aos fins-de-semana, sem andares à pressa para me levares a passear. As horas seriam lentas e nas noites de lua cheia as tuas lágrimas iriam cair porque “eu sou a lua”, dizia sempre, lembras-te? Com os dias não ias querer ver a noite. As estações da rádio iriam perseguir-te com as nossas músicas e tu ias buscar aqueles CDS que eu recusava ouvir. Mas até isso te ia lembrar de nós. Sempre a refilar aquela rapariga. Feitio. Podias ressonar sem incomodar, o meu descanso seria outro. Em dias de festas, não havia ninguém para te fazer rir enquanto te puxava para dançar. Estarias à vontade para falar com os teus amigos, de outras mulheres ou qualquer assunto. As minhas palavras deixariam os teus ouvidos surdos, sem festas na tua perna. Não terias pequenas coisas que são tanto importantes numa vida. Uma preocupação. Pela manhã não haveria um “bom dia”, de noite um “boa noite”. Ias dormir sem pensarem em ti. Serias mais um. Não serias anjo. Quem te ia pedir para dançar num castelo qualquer e te ia meter nervoso com isso? Os meus gritos faziam parte do passado e tu ias perdoar tudo o que tinha feito de mal. Não te ias perdoar pelo que não tinhas feito. Tantas vezes que desconfiavas ou alteravas o teu tom de voz. Não tinhas feito um esforço para morarmos numa casa humilde mas o suficiente para me fazer feliz. Deixaria de ter importância. A tua vida seria vivida com mais cautela, sem grandes planos. Não valeria a pena chorares, meu amor, não estaria cá para te limpar as lágrimas.
Se eu morresse hoje, um dia estaria outra no meu lugar, mas não seria eu. Eu sou eu!
(não tens medo de não teres tempo para mim?)
Aproveita-me enquanto viva."
(roubado aqui)
Só tinhas estado comigo meia hora para te despedires. Uma meia hora perdida, sem muito amor ou passagem pelos corpos, como que a decorar aqueles traços que jamais vamos ver. Se hoje fosse o meu último dia, a noite de fados ficaria para ti com outra rapariga que havia de gostar só de hip hop. O anel que sonhei ter não estaria na minha mão, ficaria para sempre numa montra perdida à espera de um romântico feliz. Não seria tua noiva vestida como uma princesa sorridente, de cabelo solto e pés descalços. O avião ficaria no aeroporto sem viajar para longe de Portugal. Ai se morresse hoje, não me ias levar a passear por tanto sitio que ficava por ver e amar. Não provaria um jantar feito por ti, enquanto espreitava por trás do teu ombro para a panela fumegante. Se o meu corpo deixaria de aqui estar, a lareira não queimaria lenha pelos dois numa casa fria. O tapete peludo seria só uma peça decorativa que pisavam sem reparar que ali estivemos nós. As garrafas de vinho continuariam na adega, sem festejos e risos de uma bêbada cheia de alegria, entre sorrisos apaixonados. O lençol não teria de ser passado, ganhava rugas com o tempo. O teu rádio tocaria todas as músicas que querias ouvir, sem o meu dedo para mudar mudar mudar sempre que era música má. A janela ficaria fechada porque o meu calor estava apagado. A tua barba ia ser cortada na mesma, porque és vaidoso. Só eu sei apreciar cada pormenor da vida. Os exageros terminavam comigo e a tua vida ia ser sossegada. Casa - trabalho e uns copos pelo meio. O teu telemóvel ia servir só para chamadas e as palavras doces deixavam a tua caixa de entrada. Onde andas? Ninguém vai querer saber. O cinema será uma tela escura, sem barulho de pipocas mesmo ao teu lado. Se morresse hoje não tínhamos direito ao nosso tecto em conjunto, com um sofá grande, abraçados a ver um filme qualquer. A Inês não ia chamar pelo pai, muito menos pela mãe. Ela nem teria tempo de nascer. Não tínhamos feito amor todas as vezes que merecíamos, no alto mar ou numa esquina qualquer. Quem olharias tu durante uma viagem? Os poemas deixariam de rimar, as cartas estariam sem palavras porque a tinta da caneta secara. O arroz de marisco picante que faço, a tua boca não ia comer mais. E nos dias frios? Com quem ias ralhar por só ter uma camisola vestida que gosta de tirar sem pensar duas vezes. Terias de ir ler as coisas antigas que escrevo para te recordares de como te amava. Podias começar a dormir até mais tarde aos fins-de-semana, sem andares à pressa para me levares a passear. As horas seriam lentas e nas noites de lua cheia as tuas lágrimas iriam cair porque “eu sou a lua”, dizia sempre, lembras-te? Com os dias não ias querer ver a noite. As estações da rádio iriam perseguir-te com as nossas músicas e tu ias buscar aqueles CDS que eu recusava ouvir. Mas até isso te ia lembrar de nós. Sempre a refilar aquela rapariga. Feitio. Podias ressonar sem incomodar, o meu descanso seria outro. Em dias de festas, não havia ninguém para te fazer rir enquanto te puxava para dançar. Estarias à vontade para falar com os teus amigos, de outras mulheres ou qualquer assunto. As minhas palavras deixariam os teus ouvidos surdos, sem festas na tua perna. Não terias pequenas coisas que são tanto importantes numa vida. Uma preocupação. Pela manhã não haveria um “bom dia”, de noite um “boa noite”. Ias dormir sem pensarem em ti. Serias mais um. Não serias anjo. Quem te ia pedir para dançar num castelo qualquer e te ia meter nervoso com isso? Os meus gritos faziam parte do passado e tu ias perdoar tudo o que tinha feito de mal. Não te ias perdoar pelo que não tinhas feito. Tantas vezes que desconfiavas ou alteravas o teu tom de voz. Não tinhas feito um esforço para morarmos numa casa humilde mas o suficiente para me fazer feliz. Deixaria de ter importância. A tua vida seria vivida com mais cautela, sem grandes planos. Não valeria a pena chorares, meu amor, não estaria cá para te limpar as lágrimas.
Se eu morresse hoje, um dia estaria outra no meu lugar, mas não seria eu. Eu sou eu!
(não tens medo de não teres tempo para mim?)
Aproveita-me enquanto viva."
(roubado aqui)
02 December 2008
01 December 2008
E ainda há gente que diz que EU sou esquisita... encontrei um site que fala de um livro, no mínimo, original!
24 November 2008
Esta é para os meus dois amigos futuros doutores, que devem ser os únicos que lêem o blog e que ainda não ouviram esta (que me contaram na semana passada aqui no trabalho e que quase me atirou ao chão de tanto rir!):
Ali para os lados de Gulpilhares parece que o pessoal tem a mania de trocar os Ls por LHs dizendo coisas como “vou alhi comprar um lhitro de lheite e já venho”. Sucede que esse tal dito gajo que me contou a história tinha uma amiga da mulher, que era de lá, e estava grávida de duas meninas. Parece que a coisa correu um bocado mal durante o parto e ele foram lá vê-la.
- Então, como é que estás?
- Ai, correu tão mal, elas são tão pequeninas! Uma tem um quilho e meio e a outra tem dois quilhos…
Contra todas as regras de boa educação e ética, ele não se aguentou, e desatou a rir ali mesmo, em frente à pobre mulher... eu acho que faria o mesmo!
Ali para os lados de Gulpilhares parece que o pessoal tem a mania de trocar os Ls por LHs dizendo coisas como “vou alhi comprar um lhitro de lheite e já venho”. Sucede que esse tal dito gajo que me contou a história tinha uma amiga da mulher, que era de lá, e estava grávida de duas meninas. Parece que a coisa correu um bocado mal durante o parto e ele foram lá vê-la.
- Então, como é que estás?
- Ai, correu tão mal, elas são tão pequeninas! Uma tem um quilho e meio e a outra tem dois quilhos…
Contra todas as regras de boa educação e ética, ele não se aguentou, e desatou a rir ali mesmo, em frente à pobre mulher... eu acho que faria o mesmo!
Eu sempre acreditei que o amor também era feito destas coisas
No sábado, depois de chegar o frio e instalado o botão para desligar o ESP do Maurício (que mais tarde levou ao teste em rotunda que me fez dizer coisas como “oh amor, olha que eu estou a sobreaquecer! Se o meu cérebro desligar a culpa é tua!”) decidimo-nos, qual Narnia, a entrar por uma porta que nos levou a um mundo paralelo. Nesse mundo eu e ele éramos vizinhos, e como em qualquer mundo paralelo onde se pode distorcer tempo e espaço, tínhamos também a mesma idade. Penso que não passaria dos 11 anos. Ao mundo onde fomos ter podia-se jogar Dr. Mario como sempre se quis, como namorados. Podíamos matar os vírus, sempre em competição, e insultar desalmadamente o nosso adversário sem que isso implicasse que ele atirasse com o comando e fosse a correr para casa com as lágrimas nos olhos. E, como quando se teve 11 anos, pode-se rir. Rir até doer a barriga.
Sim, perdi, mas bem vistas as coisas, ele leva 15 anos de treino de avanço.
Sim, perdi, mas bem vistas as coisas, ele leva 15 anos de treino de avanço.
14 November 2008
Há muita coisa que a nossa condição de humanos não nos permite perceber. Eu não consigo perceber as traições. Ou melhor, não compreendo como é que se pode trair alguém de quem se gosta, minimamente. Quando os putos se andam a comer todos uns aos outros sem nutrir o menor sentimento uns pelos outros, acho muito bem! Exploram melhor os corpos uns dos outros, o seu próprio, os gostos, as taras, e gabam-se aos amigos das centenas de quecas que deram. O risco, em si, é nulo. O máximo que pode acontecer é levar um murro nos dentes, coisa que nunca acontece porque as meninas se fazem sempre de fragilizadas e puras inocentes enganadas.
Quando as pessoas crescem e se envolvem em relacionamentos adultos com sentimentos à séria a traição torna-se, na minha cabeça, uma coisa perfeitamente imperceptível. Ou melhor, não é que eu não consiga perceber, só me custa aceitar. Eu questiono-me, essas pessoas, que encontram alguém que os completa, que os trata bem, com quem se identificam e sentem bem, acham que vale a pena por isso tudo em risco por uma esporradela? Meia dúzia que sejam. Ou acharam essas pessoas que as restantes pessoas também não têm dias maus, em que se fartam, em que ficam tristes, em que ficam em baixo e que também lhe apetecia foder alguém que não fosse a pessoa que, naquele momento, só lhes apetece foder de paulada? Toda a gente, em todas as relações, em algum momento, vai sentir essa vontade, mas o que nos distingue é integridade. Hoje em dia abdica-se dos valores por quaisquer 5 minutos de prazer e isso mete-me nojo. Que é feito das pessoas que batem o pé, que dão valor ao que têm diariamente ao sei lado, nos seus braços? Que apreciam o que por elas se faz e retribuem? Eu questiono-me, quando foi que trocamos a intimidade pela beita?
Quando as pessoas crescem e se envolvem em relacionamentos adultos com sentimentos à séria a traição torna-se, na minha cabeça, uma coisa perfeitamente imperceptível. Ou melhor, não é que eu não consiga perceber, só me custa aceitar. Eu questiono-me, essas pessoas, que encontram alguém que os completa, que os trata bem, com quem se identificam e sentem bem, acham que vale a pena por isso tudo em risco por uma esporradela? Meia dúzia que sejam. Ou acharam essas pessoas que as restantes pessoas também não têm dias maus, em que se fartam, em que ficam tristes, em que ficam em baixo e que também lhe apetecia foder alguém que não fosse a pessoa que, naquele momento, só lhes apetece foder de paulada? Toda a gente, em todas as relações, em algum momento, vai sentir essa vontade, mas o que nos distingue é integridade. Hoje em dia abdica-se dos valores por quaisquer 5 minutos de prazer e isso mete-me nojo. Que é feito das pessoas que batem o pé, que dão valor ao que têm diariamente ao sei lado, nos seus braços? Que apreciam o que por elas se faz e retribuem? Eu questiono-me, quando foi que trocamos a intimidade pela beita?
Epifania [1]
A maior parte das coisas do mundo vem em ondas. Foi esta a ideia que me assaltou à dias. O ar vem em ondas, a água vem em ondas, a luz vem em ondas, o som vem em ondas… o gostar, parece-me, também vem em ondas. Diria até que o gostar funciona como o mar ou um rio. Há uma ondulação natural de gostar mas de quando a quando este pode ser atingido por uma enorme pedra que vem agitar as águas. Dependendo do tamanho da pedra pode até fazer a ondulação sair do seu curso natural, chegando a deitar algum desse sentimento para fora do seu curso natural. Acho que é por isso que algumas relações de amor ódio funcionam, o que acontece é que eles se encontram debaixo de uma queda de água, ondulando entre os picos elevados e os negativos do gostar. Desde que a média da ondulação se encontre elevada, as coisas vão funcionando. Pode ser isto que justifica, também, porque é que algumas relações sobrevivem a traições. Se for muito longa, depressões grandes no gostar pode não afectar significativamente a média dos anos. Se o valor voltar a subir, a coisa safa-se…
13 November 2008
Formação de Técnicas de Sorrismo Básico [3]
A próposito da técnica de suporte básico de vida:
(ainda o mesmo) Formando I - mas se nós tivermos uma vítima de trauma em paragem cardio-ventilatória, que se veja ou saiba que realmente tem a coluna danificada a um nível que o cerebro já não controla a respiração, o que é que fazemos?
Formador-...meus amigos, quando temos de socorrer uma vítima temos de ter calma e pensar. Ninguém vai fazer suporte básico de vida a um gajo que não tenha cabeça só porque ele não respira e não tem pulso...
(ainda o mesmo) Formando I - mas se nós tivermos uma vítima de trauma em paragem cardio-ventilatória, que se veja ou saiba que realmente tem a coluna danificada a um nível que o cerebro já não controla a respiração, o que é que fazemos?
Formador-...meus amigos, quando temos de socorrer uma vítima temos de ter calma e pensar. Ninguém vai fazer suporte básico de vida a um gajo que não tenha cabeça só porque ele não respira e não tem pulso...
Formação de Técnicas de Sorrismo Básico [2]
A propósito de já nem sei o que nem interessa:
(o mesmo) Formando I - calma, calma, é preciso distinsar as coisas!!
Ainda tenho de lhe perguntar se distinsar é com s ou com ç...
(o mesmo) Formando I - calma, calma, é preciso distinsar as coisas!!
Ainda tenho de lhe perguntar se distinsar é com s ou com ç...
Formação de Técnicas de Sorrismo Básico [1]
A propósito de queimaduras:
Formando I - o problema das queimaduras é a asfixia porque nós também respiramos pela pele!
Formador - …
Eu (só em pensamento) – nós seremos sapos?!
Formando I - o problema das queimaduras é a asfixia porque nós também respiramos pela pele!
Formador - …
Eu (só em pensamento) – nós seremos sapos?!
10 November 2008
04 November 2008
29 October 2008
Projecto GIRO
Dia 10 de Outubro eu (e mais pessoal aqui na Unicer e de outra empressas) associou-se a uma iniciativa para recuperar algumas áreas de uma associação que alberga adolescentes e mães jovens em dificuldades, a ACISJF - Associação Católica Internacional ao Serviço da Juventude Feminina. Tinhamos como missão remodelar duas salas e um jardim. Uma delas era a sala de convivio (onde estive envolvida) a outra era uma pequena casa (agora amarela) que serviria para as crianças brincarem. No jardim foi instalado um pequeno parque infantil. Não tenho fotos das condições em qu estava quando chegamos mas quando saímos era um local muito mais alegre! Deixo algumas das fotos finais.
O meu pc de trabalho nunca se lembra de mim no dia seguinte. Assim que eu saio ao fim do dia ele apaga-me da memória e com ele todas as definições. Embora seja uma situação que me enerva na maioria dos dias, hoje apercebo-me que tem o seu lado bom. Porque ele é assim, todos os dias quando chego tenho oportunidade de definir a nossa foto (do post anterior) como foto do desktop e todos os dias tenho oportunidade de me apaixonar por esse teu pezinho com o qual insisto em brincar cada vez que o vejo. Tenho oportunidade de recordar os teus dedos grandes, tão diferentes dos meus, e a forma estranha como insistes em cortar as unhas na diagonal.
Há dias em que te amo assim aos pedacinhos porque amar-te todo parece que não cabe cá dentro...
26 October 2008
24 October 2008
Subscrevo
O modelo político vigente não vê pessoas. Vê números. Considera que são as pessoas que devem servir a Economia e não a Economia que deve servir as pessoas. É ingénuo acreditar que isso não gera vítimas. Em nome da Economia que não serve quase ninguém, vai-se perdendo a vida todos os dias, adiando todos os dias a esperança de ser feliz. O trajecto casa-emprego-casa é cada vez mais uma simples transformação de oxigénio em dióxido de carbono. Respira-se sofregamente com o olhar inerte sempre no dia de amanhã, que talvez seja melhor. É a Economia que nos diz que, em nome de um futuro qualquer que nunca chega, devemos abdicar do presente. Todos os dias, todos os presentes.Na rua procuram-se sorrisos entre as faces desbotadas, enquanto se esquadrinham as ruas contornando ombros ora caídos, ora endurecidos. E não se encontra nem um que não seja esculpido à força pela obrigação. A obrigação de atender um cliente ao balcão duma loja, a obrigação de se mostrar que não se está triste. Mas em nome da Economia tudo vale: um código de trabalho feito com a contribuição do provedor de empresas de trabalho temporário, que despe a dignidade a quem trabalha e quem, todos os dias e todos os presentes só queria conseguir olhar de frente os filhos que tem em casa; e todos os dias e todos os presentes se subsidia uma crise económica gerada por quem nos rouba esses dias e esses presentes. Todos os dias em nome de nada.O crescimento económico não é desenvolvimento económico, e por isso também não é o desenvolvimento de nada, a não ser desta contínua morte lenta que nos cinge silenciosamente. Não é desenvolvimento social, não é desenvolvimento intelectual, não é desenvolvimento emocional, e a merda da compra a crédito dum automóvel com gps não substitui a falta de sabor que não conseguimos ter quando abraçamos quem amamos, ou era suposto amarmos. Já nem sabemos bem. Sabemos só que todos os dias e todos os presentes vamos sobrevivendo amparados ao que está prestes a cair.Nos jornais discute-se pseudo-política por quem nem sequer sabe o que isso é. A questão verdadeira não é onde se constrói a merda dum aeroporto ou se o computador Magalhães já chegou às escolas. A questão de fundo é o modelo político em que vivemos... e esse está errado. Todos os dias e todos os presentes.Bom fim de semana a todos os leitores e leitoras deste blogue, e obrigado por existirem.
Roubado aqui.
Roubado aqui.
16 October 2008
Falta muito para te vires? Estou cansada...
Há alturas na vida em que a gente desconfia que está alguém atrás de nós, a consolar-se, fodendo-nos tão devagarinho que nem sentimos. Pressentimos que algo anda ali, mas quando olhamos já não vemos nada. Fica só aquela sensação, "alguém me anda a foder".
Hoje, o dito gemeu. Que é como quem diz, enganou-se no destinatário do e-mail e houve uma pequena cabecinha que ficou descoberta. Era essa cabecinha que se andava (e vai continuar) a consular. Lá dizem os americanos "and may God give me the power to accept the things I can't change"...
Hoje, o dito gemeu. Que é como quem diz, enganou-se no destinatário do e-mail e houve uma pequena cabecinha que ficou descoberta. Era essa cabecinha que se andava (e vai continuar) a consular. Lá dizem os americanos "and may God give me the power to accept the things I can't change"...
15 October 2008
14 October 2008
Hoje como tinha algum tempo livre depois de jantar e como estou já farta da rotina de ir para a cama ver programas estúpidos de televisão decidi encontrar um livro para ler ou reler enquanto espero que o telefone toque. Peguei num, peguei noutro, abri, li uma passagem. Depois olhei para a secção de livros que ainda não li. Harry Potter. Não. Ensaio sobre a cegueira. Também não. Cem anos de solidão. Peguei, abri, denso. Através da primeira folha reconheço-te a letra. Já não me lembrava que tinha sido uma prenda de anos.
Porto, 17 julho 2004
Depois de tanto pedires, era impossível não te dar este livro. Espero que gostes!!!
Amo-te, José Pedro
As palavras passaram por mim indiferentes. Mas parei uns segundos para lhes reconhecer a frieza, a distância. Pergunto-me se já teríamos morrido ou se estranho apenas por agora ter alguém que me trata com a meiguice que sempre precisei.
[É ao reler isto hoje que dou ainda mais valor ao facto de desta vez pesar as palavras e as estimar. Há palavras que se gastam e com elas gasta-se um bocadinho do sentimento que nelas ia. E o nosso amor quero estima-lo para que dure uma vida!]
Porto, 17 julho 2004
Depois de tanto pedires, era impossível não te dar este livro. Espero que gostes!!!
Amo-te, José Pedro
As palavras passaram por mim indiferentes. Mas parei uns segundos para lhes reconhecer a frieza, a distância. Pergunto-me se já teríamos morrido ou se estranho apenas por agora ter alguém que me trata com a meiguice que sempre precisei.
[É ao reler isto hoje que dou ainda mais valor ao facto de desta vez pesar as palavras e as estimar. Há palavras que se gastam e com elas gasta-se um bocadinho do sentimento que nelas ia. E o nosso amor quero estima-lo para que dure uma vida!]
06 October 2008
Nota mental para o futuro
Quando for grande e for mãe:
- manter com os meus filhos uma relação em que eles não sintam a necessidade de me mentir se um dia eu chegar a casa e estiver uma lata de chantilly no frigorifico ou quando quiserem ir ter com os namorados porque é sexta-feira à noite;
- manter presente as situações horriveis por que passei por causa dos meus pais e dos meus sogros;
- manter presente que há situações em que é preciso estar do lado deles mesmo quando eles não fazem o melhor para eles.
- manter com os meus filhos uma relação em que eles não sintam a necessidade de me mentir se um dia eu chegar a casa e estiver uma lata de chantilly no frigorifico ou quando quiserem ir ter com os namorados porque é sexta-feira à noite;
- manter presente as situações horriveis por que passei por causa dos meus pais e dos meus sogros;
- manter presente que há situações em que é preciso estar do lado deles mesmo quando eles não fazem o melhor para eles.
01 October 2008
26 September 2008
E a culpa nem sequer é do acordo ortográfico!
A língua Portuguesa é muito traiçoeira. Isso já todos nós sabíamos. Nela não faltam regras cheias de excepções que só servem, a bem ver, para os miúdos terem dores de cabeça na escola desde novinhos. Os Ss e os Cs e os Çs e os Zs. Os Js e os Gs com Us e sem Us. O estar antes ou depois ou no meios de vogais. Excepções ás regras que confirmam as regras… ou lá o que é!
No meio desta salgalhada de coisas surgem situações caricatas como esta com que vos presenteio hoje. Como fiel adepta que sou da invenção de vocabulário dei por mim, um dia, a tentar escrever uma palavra que não dá para escrever! Uma palavras que simplesmente, em português, não é escrevível (estão a ver como eu acho giro inovar)! E como eu não posso escreve-la, deixo a pergunta: como é que vocês expressariam por escrito a palavra que surge da junção sonora da primeira sílaba da palavra pingo com a primeira sílaba da palavra guindaste? (a ideia é escrever a palavra pinguim mas sem sonoridade no u…)
No meio desta salgalhada de coisas surgem situações caricatas como esta com que vos presenteio hoje. Como fiel adepta que sou da invenção de vocabulário dei por mim, um dia, a tentar escrever uma palavra que não dá para escrever! Uma palavras que simplesmente, em português, não é escrevível (estão a ver como eu acho giro inovar)! E como eu não posso escreve-la, deixo a pergunta: como é que vocês expressariam por escrito a palavra que surge da junção sonora da primeira sílaba da palavra pingo com a primeira sílaba da palavra guindaste? (a ideia é escrever a palavra pinguim mas sem sonoridade no u…)
25 September 2008
23 September 2008
Saiba-se (antes até de ser dia de apresentação de resultados) que esta semana não está a correr grande coisa a nível de dietas. O fim de semana foi um bocadinho caotico com excesso de bolo de laranja e a comida aqui na unicer não anda a ajudar nada obrigando-me inclusive a quebrar a abstinência de batatas fritas (só porque ontem fizeram peixinho frito com batatas fritas a sério!!! Daquelas às rodelas, feitas de batata daquela que vem da terra em vez da habitual farinha moldada e frita...).
Desculpas, só desculpas!
Fica a pequena vitória de ainda não ter sedido na frutinha! Mantem-se a resistência a sobremesas doces excepto ao jantar de sábado que é dia semana de fazer asneira! =)
Desculpas, só desculpas!
Fica a pequena vitória de ainda não ter sedido na frutinha! Mantem-se a resistência a sobremesas doces excepto ao jantar de sábado que é dia semana de fazer asneira! =)
22 September 2008
Coisas que se ouvem por aí
Estação de Campanhã, Porto
Uma mulher visivelmente aflita por ter de levar as malas pelas escadas:
Pelo elevador não vou, mas do outro lado não tem daquelas escadas que descem para baixo?
Uma mulher visivelmente aflita por ter de levar as malas pelas escadas:
Pelo elevador não vou, mas do outro lado não tem daquelas escadas que descem para baixo?
20 September 2008
Coisas que só se ouvem da boca de Fermelãnences [4]
Engonhar
v. tr. (prov)
Comer sono; conduzir um veiculo renault, citroën ou peugeot abaixo dos 40 kms/h; estorvar
v. tr. (prov)
Comer sono; conduzir um veiculo renault, citroën ou peugeot abaixo dos 40 kms/h; estorvar
Coisas que só se ouvem da boca de Fermelãnences [3]
Comer sono
expressão
engonhar; conduzir um veiculo renault, citroën ou peugeot abaixo dos 40 kms/h; estorvar
expressão
engonhar; conduzir um veiculo renault, citroën ou peugeot abaixo dos 40 kms/h; estorvar
Na sequencia do post anterior decidi ver se tinha um namorado com tendências homossexuais. A resposta foi a seguinte:
Your boyfriend is 34% Gay!Your boyfriend is only a bit gay, which is the perfect amount of gay you should have in a boyfriend. You should definitely keep him.
Your boyfriend is 34% Gay!Your boyfriend is only a bit gay, which is the perfect amount of gay you should have in a boyfriend. You should definitely keep him.
Embora não tenha sido o meu "dono" a responder, acabei de descobrir num desses questionários que só valho 20 camelhos, 6 cabras e 9 ovelhas... fraquinho fraquinho!
18 September 2008
A batalha
Hoje foi dia de balanços no que toca à batalha Ritinha vs enfarte-aos-45-anos. E a balança diz que a Ritinha leva vantagem que equivale à massa de 18 x 140744813 átomos de carbono-12. Mentira, porque a minha balança não têm precisão para isso! E como a precisão da minha balança é de apenas 1Kg (já tentei convencer a minha mãe que era importante para mim saber quando perco 100g mas ela não me liga!!) vamos dizer que a Ritinha leva uma vantagem de 1.
A vida é feita de pequenas vitórias. Pequenas vitórias fruto de grandes sacrifícios! A batalha por uma vida melhor continua e volta para a semana com a devida actualização.
A vida é feita de pequenas vitórias. Pequenas vitórias fruto de grandes sacrifícios! A batalha por uma vida melhor continua e volta para a semana com a devida actualização.
Não há muita coisa que me tire do sério quando estou a trabalhar. Considero-me uma pessoa tranquila e tolerante. Mas há merdas que me fodem! E hoje já me cruzei com duas delas.
Uma coisa que eu acho intolerante, arrogante e outra coisas acabadas em "ante" como "és um boi de merda" é passar por alguém com um sorriso na cara cheia de boa disposição e atacar as pessoas com um "bom dia" radiante e receber de volta um grande.... NADA! Um grande olhar para o chão ou para a parede ou para a puta que te há-de parir meu caralho cheio de eu-é-que-sou-importante-porque-sou-doutor-e-tu-és-estagiária.
Outra coisa que eu gosto muito é que não me deixem fazer o meu trabalho. Na base do "tu és estagiária e tudo o que tu fazes é secundário e dispensável por isso deixa em paz os senhores que têm capacidade para imprimir esquemas de projecto que eles são pessoas muito ocupadas! E gastas muito dinheiro em folhas, sua feia!"... fui fazer queixa ao chefe!
Uma coisa que eu acho intolerante, arrogante e outra coisas acabadas em "ante" como "és um boi de merda" é passar por alguém com um sorriso na cara cheia de boa disposição e atacar as pessoas com um "bom dia" radiante e receber de volta um grande.... NADA! Um grande olhar para o chão ou para a parede ou para a puta que te há-de parir meu caralho cheio de eu-é-que-sou-importante-porque-sou-doutor-e-tu-és-estagiária.
Outra coisa que eu gosto muito é que não me deixem fazer o meu trabalho. Na base do "tu és estagiária e tudo o que tu fazes é secundário e dispensável por isso deixa em paz os senhores que têm capacidade para imprimir esquemas de projecto que eles são pessoas muito ocupadas! E gastas muito dinheiro em folhas, sua feia!"... fui fazer queixa ao chefe!
Coisas que só se ouvem da boca de Fermelãnences [2]
De caminho
expressão
de seguida, assim que possivel
expressão
de seguida, assim que possivel
16 September 2008
Contabilidades
Todos os meses eu tento manter actualizado um registo básico que tenho dos meus gastos mensais. Para tornar a coisa simples eles são divididos em 3 categorias: levantamentos multibanco (ATM), gasolina e compras. Nas compras inclui-se tudo: roupa, jantares fora, prendas e gastos como reparações automóveis. Hoje foi o dia de incluir os gastos com a reparação do inicio do mês. Embora os valores sejam secundários, fica assim visivel o impacto que teve no meu mês... acho que é melhor criar uma nova barra para "gastos obrigatórios". Até porque eu tenho esperança de um dia ter uma prestação de casa, água, luz e internet para pagar!
12 September 2008
11 September 2008
A falha na informação na minha vida
Ontem durante a minha pequena paragem em Estarreja fiquei a saber que andava por aí a noticia que o super mega acelerador de particulas do qual já tinha ouvido falar tanto estava finalmente pronto e iam começar o testes para a tentativa de criação de um mini BigBang. Fiquei também a saber que havia a possibilidade de a coisa correr mal e se criar um buraco negro. Um ponto negro, vá.
E a coisa deixou-me preocupada! Quer dizer, a minha relação é nova, ainda estou a lutar para um dia ter um carro e uma casa. Ainda tenho de emagrecer, engravidar, pintar o cabelo de loiro, casar, ou não casar , fazer 30 anos, fazer 40 anos, chorar porque o namorado da minha filha a deixou, ou a namorada. Festejar os meus anos de casada num motel com jacuzzi, ou os anos, ou o aniversario do dia em que conheci o meu amor, ou o aniversario do dia em que lhe dei o primeiro beijo, ou o aniversario do dia em que começamos a namorar. Ou todos! Ir em lua de mel para um hotel de 6 estrelas num sitio quente e não chegar a saber que lingua se fala lá. Ainda tenho de ser operada aos olhos, ver o meu cão morrer, comprar um gato, deixar morrer os peixes dos miudos...
Adiante, fiquei a saber hoje, que o mundo era para acabar ontem!
E a coisa deixou-me preocupada! Quer dizer, a minha relação é nova, ainda estou a lutar para um dia ter um carro e uma casa. Ainda tenho de emagrecer, engravidar, pintar o cabelo de loiro, casar, ou não casar , fazer 30 anos, fazer 40 anos, chorar porque o namorado da minha filha a deixou, ou a namorada. Festejar os meus anos de casada num motel com jacuzzi, ou os anos, ou o aniversario do dia em que conheci o meu amor, ou o aniversario do dia em que lhe dei o primeiro beijo, ou o aniversario do dia em que começamos a namorar. Ou todos! Ir em lua de mel para um hotel de 6 estrelas num sitio quente e não chegar a saber que lingua se fala lá. Ainda tenho de ser operada aos olhos, ver o meu cão morrer, comprar um gato, deixar morrer os peixes dos miudos...
Adiante, fiquei a saber hoje, que o mundo era para acabar ontem!
Algures à coisa de 2 anos atrás foi inaugurada aqui uma secção dedicada à minha alimentação e bem estar. Coisas de dietas, vá. Pois, acho que a coisa vai voltar.
Acontece que em Janeiro em tenho um daqueles eventos que implicam uma boa apresentação, casamentos! E tem que decidi que era giro tirar uns quilos de cima... então decidi rotomar aqui o muro-do-apedrejamento-das-fugas-à-dieta. Começando para já num ataque geral às refeições principais, deixo-me a liberdade de comer ainda pão com manteiga ao pequeno almoço e ao lanche e um ocasional leite com chocolate. Para já!
E como todas as dietas que eu comecei à segunda-feira nunca correrem bem, desta vez começamos à quinta-feira!
Voltarei em breve (ou não), assim que meter a pata na poça!
Acontece que em Janeiro em tenho um daqueles eventos que implicam uma boa apresentação, casamentos! E tem que decidi que era giro tirar uns quilos de cima... então decidi rotomar aqui o muro-do-apedrejamento-das-fugas-à-dieta. Começando para já num ataque geral às refeições principais, deixo-me a liberdade de comer ainda pão com manteiga ao pequeno almoço e ao lanche e um ocasional leite com chocolate. Para já!
E como todas as dietas que eu comecei à segunda-feira nunca correrem bem, desta vez começamos à quinta-feira!
Voltarei em breve (ou não), assim que meter a pata na poça!
04 September 2008
Como consequência do post anterior [e assim que arranjar um emprego] vou começar à procura de um destes para fazer a troca [sim, a escolha da marca é evidente!]. Ainda não sei se vou passar de cavalo para burro [ou sei mas não quero dizer alto para não tornar a coisa demasiado real] mas a verdade acabou o pão-de-ló...
Foram fofinhos até...
03 September 2008
Alguém disse um dia qualquer coisa que não me lembro agora ao certo sobre momentos bons e menos bons e sobre como uns serviam para ajudar a superar os outros. Assim tipo dispensa. Uma dispensa cheia de docinhos ajuda sempre quando se passa fome.
E a minha sorte foi, que quando esta segunda-feira chegou, cheia de furacões e cortes de electricidade e água, eu tinha passado o fim-de-semana a armazenar, qual ratinho no Outono a pressentir que vem aí coisa má. E foi uma sorte ter tido a oportunidade de o fazer porque senão acho que a esta hora estava estendida no meio do chão ainda à espera de ser salva, cheia de cortes e, possivelmente, até com falta de membros.
Como tinha nas bochechas uma montanha de bagas e sementes na altura em que chegou a tempestade, neste momento ainda lhe resisto apenas uns arranhões e a enorme vontade de voltar para casa. Aquela casa que no fim-de-semana me acolheu, me encheu de docinhos e miminhos e montes de coisa boa [1]. Mas de hoje não passa. Vou voltar a casa porque só lá poderei finalmente lamber as feridas, ver os danos e recarregar para a próxima que aí venha.
[1] para aqueles que não sabem, toda eu sou feita de coisa boa. Eu e o meu lar. Pelo menos é o que ele me diz. E eu acredito.
E a minha sorte foi, que quando esta segunda-feira chegou, cheia de furacões e cortes de electricidade e água, eu tinha passado o fim-de-semana a armazenar, qual ratinho no Outono a pressentir que vem aí coisa má. E foi uma sorte ter tido a oportunidade de o fazer porque senão acho que a esta hora estava estendida no meio do chão ainda à espera de ser salva, cheia de cortes e, possivelmente, até com falta de membros.
Como tinha nas bochechas uma montanha de bagas e sementes na altura em que chegou a tempestade, neste momento ainda lhe resisto apenas uns arranhões e a enorme vontade de voltar para casa. Aquela casa que no fim-de-semana me acolheu, me encheu de docinhos e miminhos e montes de coisa boa [1]. Mas de hoje não passa. Vou voltar a casa porque só lá poderei finalmente lamber as feridas, ver os danos e recarregar para a próxima que aí venha.
[1] para aqueles que não sabem, toda eu sou feita de coisa boa. Eu e o meu lar. Pelo menos é o que ele me diz. E eu acredito.
27 August 2008
Saiba-se...
Estou farta de conduzir para os consumos!!
Apetece-me enfiar num carro e acelerar a fundo sem me preocupar com o caudal de combustível... alguém quer ir andar a kart?
Apetece-me enfiar num carro e acelerar a fundo sem me preocupar com o caudal de combustível... alguém quer ir andar a kart?
25 August 2008
Acabo de descobrir que estou...
perdida
do Lat. perditu
adj.,
disperso;
sumido;
extraviado;
naufragado;
fig.,
apaixonado em extremo;
devasso;
louco;
corrupto;
gasto em vão;
esquecido;
condenado (por uma doença);
s. m.,
coisa que se perdeu;
pessoa corrompida, desgraçada.
do Lat. perditu
adj.,
disperso;
sumido;
extraviado;
naufragado;
fig.,
apaixonado em extremo;
devasso;
louco;
corrupto;
gasto em vão;
esquecido;
condenado (por uma doença);
s. m.,
coisa que se perdeu;
pessoa corrompida, desgraçada.
20 August 2008
19 August 2008
18 August 2008
Apetece-me fazer birra como uma criança de 2 anos. Esbracejar com força de olhos fechados e tentar acertar nas pessoas à minha volta, depois dar pontapés a objectos que estejam próximos o suficiente para voar 5 metros e cair num grande estrondo. Depois cair de joelhos no chão e bater com a cabeça numa esquina de uma mesa ou mesmo desatar às cabeçadas ao chão para assustar os vizinhos de baixo. Berrar, esbracejar e espernear até adormecer no meio do chão exausta e com soluços por estar a chorar à demasiado tempo.
... é esta a falta que me fazes.
... é esta a falta que me fazes.
13 August 2008
Sonhos do passado
Há alturas em que fico com o sono mais agitado. Deixo de conseguir dormir descansada e muitas vezes não chego a perceber o que o causa. E depois sonho, coisas estranhas e esquisitas. E muitas vezes, nestas alturas, sonho com um grupo de amigas que tinha "quando era nova". Não me lembro ao certo quando nos começamos a dar de forma especial mas lembro-me que, mesmo sendo naquelas alturas da nossa vida em que as pessoas andam aos grupinhos, o nosso parecia diferente, mais sólido. Eramos 4. Eu, a Patricia, a Vera e a Ana. Faziamos tudo juntas, como manda a lei. Dormiamos em casa umas das outras, trabalhos, estudos, cinemas e gelados. Trocavamos cartas, papeis e sonhos. Quando uma se apaixonava, apaixonavam-se todas. E vinham mais segredinhos e sorrisinhos. Bons tempos.
Lembro-me vagamente de como as coisas mudaram. Talvez porque nunca fui de guardar mágoas e tristezas toda essa época é uma névoa na minha cabeça. Mas hoje acordei a pensar nisso, por causa dos sonhos. Quando somos "novos" não paramos para pensar no que nos rodeia. Quando somos "novos" não somos capazes de introspecção. Ou, eu não era. Hoje apercebo-me da falta de comunicação daqueles dias. Não sabiamos falar sobre as coisas que nos magoavam.
Tudo começou quando chegou o 12º ano. O entrar na faculdade, as notas. Toda a gente sabia o que queria e sabia o que era preciso fazer. Menos eu. Eu continuei com tudo como tinha continuado até ali. A Patricia e a Ana sairam para um daqueles colégios que eram mestres em por os alunos a ter boas notas. Não me lembro do nome. A Ana queria ser médica e a Vera falava em ir para Londres. Hoje apercebo-me do que me quebrou. Toda a gente ia, e eu ia ficar. Era a primeira vez que era deliberadamente deixada. Não soube lidar com isso. As coisas quebraram. A Vera deixou de me falar, a Patricia e a Ana deixaram de aparecer. E houve um dia em que não as voltei a ver.
Hoje, quando já passaram 7 anos desse dia, continuo sem as ver. Cruzei-me uma ou duas vezes com a Ana mas fizemos aquilo que é socialmente incorrecto, e mais fácil, cada uma fez de conta que não viu a outra e as nossas vidas seguiram, imutáveis. Há dias em que esta situação me entristece mais do que outros. Mas falta a força para quebrar 7 anos de silêncio. Há páginas da nossa vida que depois de anos pousadas, custam a levantar por causa da quantidade de pó que têm. A realidade é que eu sou o que sou mas não sei o que cada uma delas é. Não sei se estão juntas, não sei se estão bem. De muito em muito tempo ouço falar da Patricia, quando a minha mãe se cruza com a dela. É talvez a pessoas que me custa mais ter perdido. Vou ter pena de não poder ter 30 e alguns anos e dizer ao meu filho, no primeiro dia de escola:
- Foi com a tua idade que conheci a Patricia, aquela amiga da mama! Tinhamos uma ritual, moravamos perto e todas as sextas à tarde ou eu ia para casa dela ou ela para a minha e brincavamos a tarde toda! A mama queria sempre ficar com o cavalo da Barbie e a Patricia ficava triste com a forma egoista como eu brincava. Foi com ela que aprendi a partilhar.
A Vera era a mais meiguinha do grupo. Acho que era por isso que toda a gente tinha uma ligação especial com ela. Ela mimava-nos quando estavamos em baixo. Dava-nos beijinhos e segurava na nossa mão. Sonhava conosco os sonhos mais altos. E caía conosco quando esses sonhos morriam.
A Ana era a boneca do grupo. Acho que por causa da combinação rara de beleza e inteligencia tornava-se intimidadora. Sempre segura do que queria e do seu lugar no mundo. Firme. Era responsável por nos trazer à realidade.
Se eu soubesse que o destino foi meigo com elas talvez tivesse a coragem que era preciso para arriscar ser recebida com três pedras na mão. Será que ainda alguma delas se lembra do que se passou...?
Lembro-me vagamente de como as coisas mudaram. Talvez porque nunca fui de guardar mágoas e tristezas toda essa época é uma névoa na minha cabeça. Mas hoje acordei a pensar nisso, por causa dos sonhos. Quando somos "novos" não paramos para pensar no que nos rodeia. Quando somos "novos" não somos capazes de introspecção. Ou, eu não era. Hoje apercebo-me da falta de comunicação daqueles dias. Não sabiamos falar sobre as coisas que nos magoavam.
Tudo começou quando chegou o 12º ano. O entrar na faculdade, as notas. Toda a gente sabia o que queria e sabia o que era preciso fazer. Menos eu. Eu continuei com tudo como tinha continuado até ali. A Patricia e a Ana sairam para um daqueles colégios que eram mestres em por os alunos a ter boas notas. Não me lembro do nome. A Ana queria ser médica e a Vera falava em ir para Londres. Hoje apercebo-me do que me quebrou. Toda a gente ia, e eu ia ficar. Era a primeira vez que era deliberadamente deixada. Não soube lidar com isso. As coisas quebraram. A Vera deixou de me falar, a Patricia e a Ana deixaram de aparecer. E houve um dia em que não as voltei a ver.
Hoje, quando já passaram 7 anos desse dia, continuo sem as ver. Cruzei-me uma ou duas vezes com a Ana mas fizemos aquilo que é socialmente incorrecto, e mais fácil, cada uma fez de conta que não viu a outra e as nossas vidas seguiram, imutáveis. Há dias em que esta situação me entristece mais do que outros. Mas falta a força para quebrar 7 anos de silêncio. Há páginas da nossa vida que depois de anos pousadas, custam a levantar por causa da quantidade de pó que têm. A realidade é que eu sou o que sou mas não sei o que cada uma delas é. Não sei se estão juntas, não sei se estão bem. De muito em muito tempo ouço falar da Patricia, quando a minha mãe se cruza com a dela. É talvez a pessoas que me custa mais ter perdido. Vou ter pena de não poder ter 30 e alguns anos e dizer ao meu filho, no primeiro dia de escola:
- Foi com a tua idade que conheci a Patricia, aquela amiga da mama! Tinhamos uma ritual, moravamos perto e todas as sextas à tarde ou eu ia para casa dela ou ela para a minha e brincavamos a tarde toda! A mama queria sempre ficar com o cavalo da Barbie e a Patricia ficava triste com a forma egoista como eu brincava. Foi com ela que aprendi a partilhar.
A Vera era a mais meiguinha do grupo. Acho que era por isso que toda a gente tinha uma ligação especial com ela. Ela mimava-nos quando estavamos em baixo. Dava-nos beijinhos e segurava na nossa mão. Sonhava conosco os sonhos mais altos. E caía conosco quando esses sonhos morriam.
A Ana era a boneca do grupo. Acho que por causa da combinação rara de beleza e inteligencia tornava-se intimidadora. Sempre segura do que queria e do seu lugar no mundo. Firme. Era responsável por nos trazer à realidade.
Se eu soubesse que o destino foi meigo com elas talvez tivesse a coragem que era preciso para arriscar ser recebida com três pedras na mão. Será que ainda alguma delas se lembra do que se passou...?
12 August 2008
Quanto tempo duram as coisas que deviam durar para sempre?
Há quem fale em 6 meses. Os mais optimistas chegam aos 3 anos...
Não me lembro do dia em que me apaixonei por ti. Muito menos do momento. Mas sei que não me imagino sem estar assim...
Não me lembro do dia em que me apaixonei por ti. Muito menos do momento. Mas sei que não me imagino sem estar assim...
10 August 2008
08 August 2008
Há coisas que não têm limites e a estupidez é uma delas
O XX e a YY trabalhavam juntos numa empresa. Quando acabou o estágio profissional do XX ele decidiu não permanecer na empresa e dedicar a sua vida a acabar o doutoramento antes de prosseguir no mundo do trabalho. Ao sair, numa despedida muito pouco dolorosa, a YY virou-se carinhosamente para o XX e proferiu as seguintes palavras sábias:
- Sabes que agora que vais deixar de trabalhar vais deixar de ter dinheiro, vais ter de vender o carro e a tua namorada vai-te deixar!
Eu confesso que o XX ainda não me contou pessoalmente a cena mas eu não consigo concluir, por mais voltas que dê à cabeça, o que é que se responde a semelhante ser!
Nota de contextualização: este ser, de 20 e muitos anos, mãe de filhos, aprendeu à coisa de uns meses que era preciso um galo para que dos ovos das galinhas saissem pintos... o que é que ela pensava antes de isso? Não sei! Talvez que era preciso andar a monitorizar o cu das galinhas (será que ela sabe que elas não têm pito?) para se agarrar o ovo mal ele sai e enfia-lo no frigorifico o mais rápido possivel, não fosse ele nascer!
- Sabes que agora que vais deixar de trabalhar vais deixar de ter dinheiro, vais ter de vender o carro e a tua namorada vai-te deixar!
Eu confesso que o XX ainda não me contou pessoalmente a cena mas eu não consigo concluir, por mais voltas que dê à cabeça, o que é que se responde a semelhante ser!
Nota de contextualização: este ser, de 20 e muitos anos, mãe de filhos, aprendeu à coisa de uns meses que era preciso um galo para que dos ovos das galinhas saissem pintos... o que é que ela pensava antes de isso? Não sei! Talvez que era preciso andar a monitorizar o cu das galinhas (será que ela sabe que elas não têm pito?) para se agarrar o ovo mal ele sai e enfia-lo no frigorifico o mais rápido possivel, não fosse ele nascer!
07 August 2008
(Dizem que) As mulheres não têm fios
"Há uns tempos a Joana
- Pai, acabei um namoro à homem
Perguntei como era acabar um namoro à homem e vai a miúda
- Disse-lhe o problema não está em ti, está em mim
o que me fez pensar como as mulheres são corajosas e os homens cobardes. Em primeiro lugar só terminam uma relação quando têm outra. Em segundo lugar são incapazes de
- Já não gosto de ti
- Não quero mais
chegam com os discursos vagos, circulares
- Preciso de tempo para pensar
- Não é que não te amo, amo-te, mas tenho de ficar sozinho umas semanas
ou declarações do género de
- Tu mereces melhor do que eu
- Estive a reflectir e acho que não te faço feliz
- Necessito de um mês de solidão para sentir a tua falta
e aos amigos
- Dá-me os parabéns que lá me consegui separar da chata
- Custou mas foi
- Amandei-lhe aquelas lérias do costume e a gaja engoliu
- Chora um dia ou dois e depois passa-lhe
e pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, nos colarinhos das camisas, nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com quem estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos quando querem fazer amor e acabado o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela de que se esqueceram de baixar o estore)
ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas, pá, e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarrados à gente, no rónhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo? Lembro-me de um sujeito que explicava
- O maior prazer que me dá ter relações com a minha mulher é pensar que durante uma semana estou safo
e depois pegam-nos na mão no cinema, encostam-se, colam-se, contam histórias sem interesse nenhum que nunca mais terminam, querem variar de restaurante, querem namoro, diminutivos, palermices e nós ali a aturá-las. O Dinis Machado contava-me de um conhecedor que lhe aclarava as ideias
- As mulheres têm fios desligados
e um outro elucidou-me que eram como os telefones: avariam-se sem que se entenda a razão, emudecem, não funcionam e o remédio é bater com o aparelho na mesa para que comecem a trabalhar outra vez. Meu Deus, que pena me dão as mulheres. Se informam
- Já não gosto de tis
e informam
- Não quero mai
saí estão eles a alterarem a agressividade com a súplica, ora violentos ora infantis, a fazerem esperas, a chorarem nos SMS a levantarem a mãozinha e, no instante seguinte, a ameaçarem matar-se, a perseguirem, a insistirem, a fazerem figuras tristes, a escreverem cartas lamentosas e ameaçadoras, a entrarem pelo emprego dentro, a pegarem no braço, a sacudirem, a mandarem flores eles que nunca mandavam flores, a colocarem-se de plantão à porta dado que aquela puta há-de ter outro e vai pagá-las, dispostos a partes-gagas, cenas ridículas, gritos. A miséria da maior parte dos casais, elas a sonharem com o Zorro, Che Guevara ou eu, e eles a sonharem com o decote da vizinha de baixo, de maneira que ao irem para a cama são quatro: os dois que lá se deitam e os outros dois com quem sonham. Sinceramente as minhas filhas preocupam-me: receio que lhes caia na sorte um caramelo que passe à frente delas nas portas, nãos lhes abra o carro, desapareça logo a seguir por chichi-sede-fome-persiana-mal-descida-e-os-ladrões-percebes, não se levante quando entram, comece a comer primeiro e um belo dia
(para citar noventa por cento dos escritores portugueses)
- O problema não está em ti, está em mim a mexerem na faca à mesa ou a atormentarem a argola do guardanapo, cobardes como sempre. Não tenho nada contra os homens: até gosto de alguns. Dos meus amigos. De Schubert. De Ovídio. De Horácio, de Virgílio. De Velásquez. De Rui Costa. De Einzenberger. Razoável a minha colecção. Não tenho nada contra os homens a não ser no que se refere às mulheres. E não me excluo: fui cobarde, idiota, desonesto.
Fui
(espero que não muitas vezes)
rasca. Volta e meia surge-me na cabeça uma frase de Conrad em que ele comenta que tudo o que a vida nos pode dar é um certo conhecimento dela que chega tarde demais. Resta-me esperar que não seja tarde para mim. A partir de certa altura deixa de se jogar às cartas connosco mesmos e de fazer batota com os outros. O problema não está em ti, está em mim, que extraordinária treta. Como os elogios que vêm logo depois: és inteligente, és sensível, és boa, és generosa, oxalá encontres etc., que mulher não ouviu bugigangas destas?
Uma amiga contou-me que o marido iniciou o discurso habitual
- Mereces melhor do que eu
levou como resposta
- Pois mereço. Rua.
Enfim, mais ou menos isto, e estou a ver a cara dele à banda. Nem uma lágrima para amostra. Rua. A mesma lágrima para amostra. Rua. A mesma amiga para uma amiga sua.
- O que faço às cartas de amor que me escreveu?
e a amiga sua
- Manda-lhas. Pode ser que lhe façam falta.
Fazem de certeza: é só copiar mudando o nome. Perguntei à minha amiga
- E depois de ele se ir embora?
- Depois chorei um bocado e passou-me.
Ontem jantámos juntos. Fumámos um cigarro no automóvel dela, fui para casa e comecei a escrever isto. Palavra de honra que na janela uma árvore a sorrir-me. Podem não acreditar mas uma árvore a sorrir-me."
António Lobo Antunes In Visão
Sim, é por estas e por outras do género que eu preferi um Engenheiro Electrotécnico. Quem o conhece sabe, algum dia ele era capaz de bater com uma peça de electrónica fosse onde fosse!
Eu sei que se um dia a minha voz falhar ou eu deixar de ouvir convenientemente o meu amor me vai pousar cuidadosamente na bancada, ao lado das televisões e torradeiras, vai arranjar uma caixinha só para mim e vai colocar lá dentro cada pecinha que me tirar. Vai abrir-me para poder ver bem lá dentro o que se passa, vai procurar os fios traçados, vai medir-me todas as ligações com um multimetro, vai ver condensadores e díodos. Vai reparar o que não estiver bem, vai limpar-me com um paninho embebido numa solução que me mantenha bem e funcional e vai montar tudo de novo. E sei que ele não descansará até que tudo em mim esteja impecável...
06 August 2008
Há dias em que não tenho o que fazer. Muitos dias em que não tenho o que fazer. E quando não tenho o que fazer diverte-me ler o que as outras pessoas escrevem sobre a forma como vivem a vida delas. Gosto de blogs pessoais, cheios de alma e de todos os pormenores que ás vezes queremos contar só às pessoas que sabemos que não sabem quem somos ou que vão poder apreciar os pormenores como pormenores que são e não perder meia hora a analisa-los com as mais profundas teorias da psicologia. Há coisas que são só o que são. E há coisas que são mais do que o que são. Nem sempre é fácil distingui-las. Adiante. Encontrei um blog cheio destas deliciosas coisas, de alguém que conhecia alguém que passou aqui e deixou um miminho num comentário. E ler essas coisas deliciosas é bom. Faz-me sempre lembrar e valorizar essas coisas que eu também tenho e também vivo. E depois apetece-me partilha-las sem querer saber quem vai ou não vai ler e quem vai ou não vai analisar aquilo que leu.
Ontem foi um dia bom. Há dias bons e dias menos bons. Também há dias maus. Ontem foi uma daqueles dias, como te disse já a ti, em que sabe tão bem estar contigo que quase dá vontade de não ter estado para agora não custar tanto estar sem ti. De ontem apetece-me recordar, e guardar, os minutos em que me abraçaste no banco da frente do nosso carro. Gosto quando falas assim, das nossas coisas, na nossa vida, no nosso futuro. Apetece-me guardar os beijos todos que me destes. Há dias em que os beijos que me dás são mais doces, tão doces que sinto neles todo o amor que sentes por mim. Apetece-me guardar os silêncios e a forma como manténs os olhos fechado, ás vezes, enquanto chamas por mim, muito baixinho. Há dias em que gostar de ti dói do tamanho que ocupa dentro de mim. Há dias em que quase se toca esse amor que nos une. Ontem foi um desses dias. E depois, há dias, momentos em que me esqueço de apreciar tudo de bom que me dás, assim, de braços abertos. Há momentos em que me esqueço que nada é garantido. Há momentos em que me esqueço que não és mesmo meu, que estás comigo sem correntes. E logo a seguir a esses momentos vêm os momentos em que não me esqueço. Momentos em que me apercebo que não te dei o melhor de mim. Momentos em que não me certifiquei que sabes o que significas para mim. Momentos em que te deixo triste. Momentos em que me apercebo que algo melhor pode surgir para ti se eu não te cuidar como devo. E são os momentos em que quase caio desse abismo que seria ficar sem ti.
Ontem foi um dia bom. Há dias bons e dias menos bons. Também há dias maus. Ontem foi uma daqueles dias, como te disse já a ti, em que sabe tão bem estar contigo que quase dá vontade de não ter estado para agora não custar tanto estar sem ti. De ontem apetece-me recordar, e guardar, os minutos em que me abraçaste no banco da frente do nosso carro. Gosto quando falas assim, das nossas coisas, na nossa vida, no nosso futuro. Apetece-me guardar os beijos todos que me destes. Há dias em que os beijos que me dás são mais doces, tão doces que sinto neles todo o amor que sentes por mim. Apetece-me guardar os silêncios e a forma como manténs os olhos fechado, ás vezes, enquanto chamas por mim, muito baixinho. Há dias em que gostar de ti dói do tamanho que ocupa dentro de mim. Há dias em que quase se toca esse amor que nos une. Ontem foi um desses dias. E depois, há dias, momentos em que me esqueço de apreciar tudo de bom que me dás, assim, de braços abertos. Há momentos em que me esqueço que nada é garantido. Há momentos em que me esqueço que não és mesmo meu, que estás comigo sem correntes. E logo a seguir a esses momentos vêm os momentos em que não me esqueço. Momentos em que me apercebo que não te dei o melhor de mim. Momentos em que não me certifiquei que sabes o que significas para mim. Momentos em que te deixo triste. Momentos em que me apercebo que algo melhor pode surgir para ti se eu não te cuidar como devo. E são os momentos em que quase caio desse abismo que seria ficar sem ti.
05 August 2008
A normalidade voltou só à dois dias e eu já não posso com ela outra vez... a pausa soube a muita coisa errada e a pouco tempo útil. Nos dias que correm hoje em dia as empresas deviam ser mais solidárias.
A sociedade queixa-se da taxa de natalidade, dos divórcios... como é que hoje em dia a malta jovem constrói uma relação sólida? Com fins-de-semana e noites mal dormidas? E a produtividade? Em que é que ficamos? Pedem-nos para ter filhos, pedem-nos para escolher bem os pais deles e para manter esse conjunto unido para o resto da vida. Pedem-nos para criar crianças íntegras, felizes, com consciência social, com vontade e capacidade de contribuir para uma sociedade melhor. Pedem-nos produtividade no trabalho, o sacrifício pelo crescimento da empresa, da economia do país. Pedem mais horas, menos salários, menos benefícios.
Acho que estes pensamentos surgem por ter passado parte da tarde a procurar emprego e responder a anúncios. Outra vez essa parte. A equacionar isto e aquilo. Dinheiro, bom ambiente, tempo. Longe de casa, perto do coração. Casa, carro, férias. Mantém-se o namoro da tenda, do relógio. “Para o ano”. Que raios! Estou farta de esperar por esse ano que nunca mais chega… acho que vem só em 2010.
A sociedade queixa-se da taxa de natalidade, dos divórcios... como é que hoje em dia a malta jovem constrói uma relação sólida? Com fins-de-semana e noites mal dormidas? E a produtividade? Em que é que ficamos? Pedem-nos para ter filhos, pedem-nos para escolher bem os pais deles e para manter esse conjunto unido para o resto da vida. Pedem-nos para criar crianças íntegras, felizes, com consciência social, com vontade e capacidade de contribuir para uma sociedade melhor. Pedem-nos produtividade no trabalho, o sacrifício pelo crescimento da empresa, da economia do país. Pedem mais horas, menos salários, menos benefícios.
Acho que estes pensamentos surgem por ter passado parte da tarde a procurar emprego e responder a anúncios. Outra vez essa parte. A equacionar isto e aquilo. Dinheiro, bom ambiente, tempo. Longe de casa, perto do coração. Casa, carro, férias. Mantém-se o namoro da tenda, do relógio. “Para o ano”. Que raios! Estou farta de esperar por esse ano que nunca mais chega… acho que vem só em 2010.
31 July 2008
Há uns meses que andava em contagem decrescente para hoje. O dia em que finalmente ia partilhar contigo um bocadinho de um mundo muito meu. Conheci-o não tinha um mês. Nasci a 17 de Julho e em Agosto estava a acampar. E foi uma sementinha que me ficou dos meus primeiros anos de vida, uma semente de paixão por esse mundo. Ainda relembro bem pequenos pedaços desses tempos. O cheiro seco dos pinheiros, a areia, o estalar das agulhas secas debaixo dos pés. Nunca esqueci o gosto que tinha pelos pequenos-almoços. Pãezinhos doces, donuts, bolas de berlim.... Mais velha apanhei outros gostos, sempre adorei ir tomar banho no campismo, voltar para a tenda fresquinha, não me importar com chegar já com os pés cheios de pó, deixar-me ficar sentada numa cadeira ou deitada numa cama de rede enquanto a pele acaba de secar. Fazer o jantar com calma, enquanto o sol ainda nos faz companhia. O ritual que se cria com o lavar dos tachos. Um molha, um lava, um passa por água, outro limpa e se houver mais gente ainda há um que arruma, outro que, sei lá, põe detergente na esponja. Faz-se tudo em conjunto e cresce um sentimento de comunidade que raramente se cria noutro local.
Hoje ia mostrar-te esse mundo. Hoje queria ter o poder de deixar em ti a mesma semente que há muito anos plantaram em mim. Mas hoje chove. E hoje, contigo, vou ter de descobrir como é que se escolhe o melhor sitio num parque de campismo que permita que amanha de manhã nenhum de nós esteja doente...
Hoje ia mostrar-te esse mundo. Hoje queria ter o poder de deixar em ti a mesma semente que há muito anos plantaram em mim. Mas hoje chove. E hoje, contigo, vou ter de descobrir como é que se escolhe o melhor sitio num parque de campismo que permita que amanha de manhã nenhum de nós esteja doente...
29 July 2008
Hoje em dia resumi as minhas horas de rádio apenas a pequenas viagens de carro. Gosto de ir acompanhada por algum programa da manhã aqueles 10 minutos até ao trabalho ou a qualquer outro pequeno ponto. Por norma viagens grandes faço-as na companhia de CDs, até porque se não o fizer vou demasiado distraída a mudar de estação. Isto tudo para dizer que ouço hoje em dia pouca musica comercial. Mas há musicas que nos ficam, instantaneamente, por uma ou outra determinada razão. Esta ficou-me pela letra.
But how do you expect me
to live alone with just me
'Cause my world revolves around you
It's so hard for me to breathe
Tell me how I'm supposed to breathe with no air
Can't live, can't breathe with no air
It's how I feel whenever you ain't there
It's no air, no air
Got me out here in the water so deep
Tell me how you gonna be without me
If you ain't here, I just can't breathe
It's no air, no air
But how do you expect me
to live alone with just me
'Cause my world revolves around you
It's so hard for me to breathe
Tell me how I'm supposed to breathe with no air
Can't live, can't breathe with no air
It's how I feel whenever you ain't there
It's no air, no air
Got me out here in the water so deep
Tell me how you gonna be without me
If you ain't here, I just can't breathe
It's no air, no air
O que eu quero ter quando for grande!
As pessoas que me conhecem bem, conhecem bem as minhas paixões.
O que eu quero ter (contigo) quando for grande (com a estúpida possibilidade de um dia dar para nós todos acrescentado "anexos")!!
Para outros apaixonados: www.coleman.eu
O que eu quero ter (contigo) quando for grande (com a estúpida possibilidade de um dia dar para nós todos acrescentado "anexos")!!
Para outros apaixonados: www.coleman.eu
25 July 2008
As férias e a puta que pariu o mundo
Todo o ser humano tem um limite. E ultimamente apercebi-me de um conhecimento importante. A velocidade de aproximação desse limite é exponencial. À medida que nos aproximamos do limite essa aproximação tem tendência a ser mais rápida. Terá, talvez, alguma coisa a ver com os somatórios das faltas de paciência.
Podemos olhar para isso como um balde à chuva, esta chuva típica dos dias 25 de Julho. O que acontece é que se o caudal de chuva a entrar no balde for mais elevado do que a evaporação (sim, porque a 25 de Julho os baldes à chuva sofrem de evaporação) eventualmente o balde vai transbordar.
Mas o ser humano, a acrescer a esse fenómeno tem também o chamado choque em cadeia. Porque as pequenas faltas de paciência que inevitavelmente vão surgindo quando o mundo decide ignorar a nossa existência só levarão a situações de mais falta de paciência.
Vamos a um exemplo prático. Se me tivessem dito à dois meses atrás “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias no Algarve vai estar a chover” eu diria alegremente “olha que grande merda” e seguiria com a minha vida a pensar que se calhar até era melhor assim que se poupava os gastos com o ar condicionado na viagem. Se à um mês atrás me tivessem dito “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias vai estar a chover” eu diria já não tão alegremente “olha que grande merda, já não bastava ter chegado à conclusão que não tenho dinheiro para ir para o Algarve e ter de ir para ponte de Lima ainda vai estar a chover!”.
Mas chegar ao dia para o qual eu planeei começar as minhas férias, que entretanto já não são no Algarve e já só devem ser de um dia na presença do meu namorado porque um caralho de um prof dele achou que era giro foder-me a vida e marcar um exame para a minha semana de férias, já depois de ter terminado a época de exames, estar a chover, sim, afecta-me um bocadinho. Um bocado vá.
Podemos olhar para isso como um balde à chuva, esta chuva típica dos dias 25 de Julho. O que acontece é que se o caudal de chuva a entrar no balde for mais elevado do que a evaporação (sim, porque a 25 de Julho os baldes à chuva sofrem de evaporação) eventualmente o balde vai transbordar.
Mas o ser humano, a acrescer a esse fenómeno tem também o chamado choque em cadeia. Porque as pequenas faltas de paciência que inevitavelmente vão surgindo quando o mundo decide ignorar a nossa existência só levarão a situações de mais falta de paciência.
Vamos a um exemplo prático. Se me tivessem dito à dois meses atrás “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias no Algarve vai estar a chover” eu diria alegremente “olha que grande merda” e seguiria com a minha vida a pensar que se calhar até era melhor assim que se poupava os gastos com o ar condicionado na viagem. Se à um mês atrás me tivessem dito “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias vai estar a chover” eu diria já não tão alegremente “olha que grande merda, já não bastava ter chegado à conclusão que não tenho dinheiro para ir para o Algarve e ter de ir para ponte de Lima ainda vai estar a chover!”.
Mas chegar ao dia para o qual eu planeei começar as minhas férias, que entretanto já não são no Algarve e já só devem ser de um dia na presença do meu namorado porque um caralho de um prof dele achou que era giro foder-me a vida e marcar um exame para a minha semana de férias, já depois de ter terminado a época de exames, estar a chover, sim, afecta-me um bocadinho. Um bocado vá.
21 July 2008
10 July 2008
04 July 2008
Regresso ao passado
Já aqui falei muitas vezes de pessoas. Relações, amigos, gente. As entradas e saidas. Às vezes perco-me a ler o meu passado e já nem sei a quem me referia. Apercebo-me da intensidade com que sinto as coisas. Sou sempre assim, apaixonada. Depois encontro posts em que digo que mudei. E depois mude de novo. A inconstancia é constante.
E já quase me perdi. Vinha cá falar de pessoas. Das pessoas que saiem e entram. Da falta que fazem. Dos porquês. Quase nunca faz sentido o motivo. E tantas vezes já nem nos lembramos. Já algumas vezes voltei a tentar falar com pessoas com quem tinha perdido o contacto. E quase sempre me lembro do porquê, sinto que já não faz sentido e desisto de novo.
Ontem não. Ontem gostei de recordar-te e de recordar como eras. Há pessoas que não mudam. E no teu mudar vi as minhas mudanças todas. Tantas. O tamanho da capa que me protege do mundo comum, das banalidades. Fiquei com uma certa mágoa, pequena. Acho que me lembro de te fazer mais feliz do que o que te encontrei. Julguei-te sempre pleno, seguro, bem. E a magoa ficou por saber que já não posso ajudar. Não porque não posso mas porque não acharias bem.
Hoje mais do que qualquer outro dia desejo-te tudo de bom. Acima de tudo desejo-te a paz que tenho e que não te mostrei. Mantenho a minha porta aberta.
E já quase me perdi. Vinha cá falar de pessoas. Das pessoas que saiem e entram. Da falta que fazem. Dos porquês. Quase nunca faz sentido o motivo. E tantas vezes já nem nos lembramos. Já algumas vezes voltei a tentar falar com pessoas com quem tinha perdido o contacto. E quase sempre me lembro do porquê, sinto que já não faz sentido e desisto de novo.
Ontem não. Ontem gostei de recordar-te e de recordar como eras. Há pessoas que não mudam. E no teu mudar vi as minhas mudanças todas. Tantas. O tamanho da capa que me protege do mundo comum, das banalidades. Fiquei com uma certa mágoa, pequena. Acho que me lembro de te fazer mais feliz do que o que te encontrei. Julguei-te sempre pleno, seguro, bem. E a magoa ficou por saber que já não posso ajudar. Não porque não posso mas porque não acharias bem.
Hoje mais do que qualquer outro dia desejo-te tudo de bom. Acima de tudo desejo-te a paz que tenho e que não te mostrei. Mantenho a minha porta aberta.
01 July 2008
1 de julho de 2008
Acho que é uma coisa de mulher ocupar a cabeça com datas e celebrações. Aniversários, datas, dias, momentos. Só porque sim. Mas eu nunca fui bem uma mulher. Mas achei que hoje era dia de parar. Se calhar só por um bocadinho, parar e dedicar o meu tempo à introspecção. Recordar o que era a minha vida à um ano atrás. Pensar no que mudou nestes últimos seis meses.
Já nem me lembro ao certo o que andaria a fazer à um ano atrás mas com certeza teria alguma coisa a ver com exames. Com passar os dias num café, com os livros em frente e um refresco de café. Sim, acho que foi nessa época de exames que me viciei nisso. Era barato, fresco e doce. Nessa altura havia dinheiro para passar o dia no café, entre estudo e o ocasional docinho. Nessa altura a gasolina era para mim apenas uma coisa que um dia poderia vir a produzir se seguisse a área. O preço dela não me preocupava, ia de autocarro para (quase) todo o lado.
Já não me lembro ao certo quem ocupava comigo os tempos que tinha livres e isso só prova a sua pouca importância. Andava perdida das pessoas que outrora me orientava e por isso andava perdida. Lembro-me que a diversão era passageira. Mas lembro-me que sabia bem achar que poderia, por uns dias, fazer merda. Só porque sim, só porque não o tinha feito na devida altura, talvez. Vivia um dia de cada vez e evitava pensar onde estaria passado um ano. Porque a mudança assusta e eu sabia que ela era inevitável.
E depois espatifaste-te no meu mundo. Apetecia-me sair. Tinha-me habituado a não estar em casa, havia já muitos meses que não parava em casa mas de repente dei comigo lá, depois de todas as gentes passageiras bazarem. Sim, nessa altura, as pessoas bazavam. E normalmente nem avisavam. E eu já não sabia estar sozinha. Talvez por já não saber quem era ao certo. Então, como até lá, há que partir para outra. Sair, conhecer gente, variar, ocupar o tempo livre.
Mas tu abriste-me a porta do carro quando eu cheguei. Abrir a porta do carro… há coisas que não se esquecem, e marcam. Fizeste-me pequenina por um momento e há tua volta criaste uma duvida. Rotulei-te de estranho. E seguimos. Seguimos os dois, passo a passo, o tempo que foi preciso para me trazeres de volta. Com a tua meiguice e doçura. E com o tempo voltei a lembrar-me do que era, da pessoa melhor que eu já tinha sido, antes. As coisas boas da vida apreciam-se com calma. E questionam-se. Os erros servem para não se repetirem. E a mim ainda me doía a cabeça das cornadas na parede. Mas só se consegue resistir um bocadinho de tempo àquilo que se deseja. E a cada dia tu eras tudo aquilo que precisava.
Hoje, que faz só (e já) 6 meses que sou tua quero aproveitar para te fazer perceber, só um pouquinho melhor, aquilo que trazes à minha vida, todos os dias. Hoje, que me dói um pouquinho mais não poder estar contigo e nos teus braços não posso deixar passar sem que saibas tudo aquilo que és.
Há dias em que não sei se mereço ter-te comigo. Mas isso faz com que te dê sempre um bocadinho mais de mim. Quero merecer-te e cuidar de ti. E isso faz de mim uma pessoa melhor. Voltaste a mostrar-me a meiguice e doçura que tinha perdido com a tua paciência e persistência. Tens um coração do tamanho do mundo, e deixas-te abusar com um sorriso na cara. E eu ainda te trato mal por deixares. Devolveste-me sonhos que tinha escondido, longe, dentro de mim. Sonhos que quero partilhar e viver contigo. Sonhos para nós. Para um futuro ao teu lado.
Por isso, felicidades a nós e ao nosso inicio de vida!
Já nem me lembro ao certo o que andaria a fazer à um ano atrás mas com certeza teria alguma coisa a ver com exames. Com passar os dias num café, com os livros em frente e um refresco de café. Sim, acho que foi nessa época de exames que me viciei nisso. Era barato, fresco e doce. Nessa altura havia dinheiro para passar o dia no café, entre estudo e o ocasional docinho. Nessa altura a gasolina era para mim apenas uma coisa que um dia poderia vir a produzir se seguisse a área. O preço dela não me preocupava, ia de autocarro para (quase) todo o lado.
Já não me lembro ao certo quem ocupava comigo os tempos que tinha livres e isso só prova a sua pouca importância. Andava perdida das pessoas que outrora me orientava e por isso andava perdida. Lembro-me que a diversão era passageira. Mas lembro-me que sabia bem achar que poderia, por uns dias, fazer merda. Só porque sim, só porque não o tinha feito na devida altura, talvez. Vivia um dia de cada vez e evitava pensar onde estaria passado um ano. Porque a mudança assusta e eu sabia que ela era inevitável.
E depois espatifaste-te no meu mundo. Apetecia-me sair. Tinha-me habituado a não estar em casa, havia já muitos meses que não parava em casa mas de repente dei comigo lá, depois de todas as gentes passageiras bazarem. Sim, nessa altura, as pessoas bazavam. E normalmente nem avisavam. E eu já não sabia estar sozinha. Talvez por já não saber quem era ao certo. Então, como até lá, há que partir para outra. Sair, conhecer gente, variar, ocupar o tempo livre.
Mas tu abriste-me a porta do carro quando eu cheguei. Abrir a porta do carro… há coisas que não se esquecem, e marcam. Fizeste-me pequenina por um momento e há tua volta criaste uma duvida. Rotulei-te de estranho. E seguimos. Seguimos os dois, passo a passo, o tempo que foi preciso para me trazeres de volta. Com a tua meiguice e doçura. E com o tempo voltei a lembrar-me do que era, da pessoa melhor que eu já tinha sido, antes. As coisas boas da vida apreciam-se com calma. E questionam-se. Os erros servem para não se repetirem. E a mim ainda me doía a cabeça das cornadas na parede. Mas só se consegue resistir um bocadinho de tempo àquilo que se deseja. E a cada dia tu eras tudo aquilo que precisava.
Hoje, que faz só (e já) 6 meses que sou tua quero aproveitar para te fazer perceber, só um pouquinho melhor, aquilo que trazes à minha vida, todos os dias. Hoje, que me dói um pouquinho mais não poder estar contigo e nos teus braços não posso deixar passar sem que saibas tudo aquilo que és.
Há dias em que não sei se mereço ter-te comigo. Mas isso faz com que te dê sempre um bocadinho mais de mim. Quero merecer-te e cuidar de ti. E isso faz de mim uma pessoa melhor. Voltaste a mostrar-me a meiguice e doçura que tinha perdido com a tua paciência e persistência. Tens um coração do tamanho do mundo, e deixas-te abusar com um sorriso na cara. E eu ainda te trato mal por deixares. Devolveste-me sonhos que tinha escondido, longe, dentro de mim. Sonhos que quero partilhar e viver contigo. Sonhos para nós. Para um futuro ao teu lado.
Por isso, felicidades a nós e ao nosso inicio de vida!
26 June 2008
Robbie quer amigos novos
Ouvi hoje de manhã na radio, o Robbie Williams tem uma tara nova. Parece que o rapaz se interessa muito por OVNIs e vai montar tenda a ver se apanha um. Eu tenho um conselho para o nosso caro amigo - Hey Robbie, you need a moustache!!
Sim, porque toda a gente sabe que os maiores observadores de OVNIs do mundo são aqueles que têm um bigode digno e bem tratado, daqueles que até dá para molhar a sopa. E por norma os OVNIs aparecem depois do terceiro caneco de maduro no tasco do Sr. Albino. Desconfia-se que tem alguma coisa a ver com os movimentos em S que as pessoas nessas condições tem tendencia a fazer...
Sim, porque toda a gente sabe que os maiores observadores de OVNIs do mundo são aqueles que têm um bigode digno e bem tratado, daqueles que até dá para molhar a sopa. E por norma os OVNIs aparecem depois do terceiro caneco de maduro no tasco do Sr. Albino. Desconfia-se que tem alguma coisa a ver com os movimentos em S que as pessoas nessas condições tem tendencia a fazer...
23 June 2008
...
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso, in Expresso
Encontrei isto. Li, gostei e apeteceu-me escrever-lhe a falar de nós.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso, in Expresso
Encontrei isto. Li, gostei e apeteceu-me escrever-lhe a falar de nós.
19 June 2008
Transtornos
O homem é um animal de hábitos. E há habitos que levamos ao extremo. Eu, pessoalmente, tenho um sistema digestivo muito bem comportado. E todos os dias entre as 14h15 e 14h30 ele apita para mais um momento intimo. Pois bem, a casa de banho do serviço está em obras! Oh coisa chata! Agora, depois de voltar de almoçar tenho de deslocar-me a uma casa de banho desconhecida do meu traseiro! E nem me chateia ter de andar mais ou ter de entrar num edificio cheio de gente mal disposta. E a casa de banho em si até é recente, limpinha e tem creme para as mãos ao lado do sabonete. Mas não é a minha. E a juntar a isso temos o incomudo de fazer parte de um vestiário proporcionando aqueles momentos de total constrangimento que é estar á escuta a ver alguém dá conta do que se passa. Não é que não seja um hábito perfeitamente natural, que toda a gente faz, acho que é só dispensavel que outras pessoas sejam expostas aos maus cheiros que o nosso corpo tem a capacidade de produzir! É a tal coisa, é um momento intimo! E eu tenho vontade de ter a minha casa de banho de volta...
Segunda-feira foi dia de ginásio, cheguei a casa às 8h da noite.
Terça-feira foi dia de matar saudades, cheguei a casa às 10h30 da noite.
Quarta-feira foi dia de ginásio, cheguei a casa às 8h da noite.
Hoje é dia de formação, vou chegar a casa (sendo optimista) às 10h30 da noite.
Amanhã é dia de matar saudades, não faço ideia a que horas vou chegar a casa.
Estou sentada em frente a um PC à 4h. Doi-me a cabeça de não fazer nada. Estou cansada de não fazer nada. Arde-me os olhos de olhar para ele. Horas e horas seguidas de completa unitilidade. E com tantas outras coisas que poderia estar a fazer. A propósito, a mulher devia ser como o urso polar. Chegado o verão, os pelos deixam de ser necessários e caiem. Os meus teimam em não cair. E eu sem tempo para os tirar de lá!
Terça-feira foi dia de matar saudades, cheguei a casa às 10h30 da noite.
Quarta-feira foi dia de ginásio, cheguei a casa às 8h da noite.
Hoje é dia de formação, vou chegar a casa (sendo optimista) às 10h30 da noite.
Amanhã é dia de matar saudades, não faço ideia a que horas vou chegar a casa.
Estou sentada em frente a um PC à 4h. Doi-me a cabeça de não fazer nada. Estou cansada de não fazer nada. Arde-me os olhos de olhar para ele. Horas e horas seguidas de completa unitilidade. E com tantas outras coisas que poderia estar a fazer. A propósito, a mulher devia ser como o urso polar. Chegado o verão, os pelos deixam de ser necessários e caiem. Os meus teimam em não cair. E eu sem tempo para os tirar de lá!
18 June 2008
O mundo tem destas coisas...
...chamemos-lhes, curiosas!
Desde pequneos que começamos a criar o leque de valores que nos acompanhará o resto da vida. O respeito pelo próximo, a boa educação, o altruismo, "não comas com a bota aberta", "limpa os pés antes de entrar em casa", "não comeces a comer antes do teu pai", "deixa o teu irmão brincar contigo com os legos"... e de repente aos 24 anos, 11 meses e um dia apercebemo-nos que isso afinal é só para as crianças. Os adultos (ainda não sei a partir de que idade) podem fazer aquilo que bem quiserem. Espalhar migalhas pela casa, deixar roupa suja no chão, não fazer a cama e não emprestar mesmo aquelas coisas velhas que estão em casa enfiadas numa gaveta e que nunca usaram. E porquê? Porque sim!
Desde pequneos que começamos a criar o leque de valores que nos acompanhará o resto da vida. O respeito pelo próximo, a boa educação, o altruismo, "não comas com a bota aberta", "limpa os pés antes de entrar em casa", "não comeces a comer antes do teu pai", "deixa o teu irmão brincar contigo com os legos"... e de repente aos 24 anos, 11 meses e um dia apercebemo-nos que isso afinal é só para as crianças. Os adultos (ainda não sei a partir de que idade) podem fazer aquilo que bem quiserem. Espalhar migalhas pela casa, deixar roupa suja no chão, não fazer a cama e não emprestar mesmo aquelas coisas velhas que estão em casa enfiadas numa gaveta e que nunca usaram. E porquê? Porque sim!
13 June 2008
Há alturas em que eu acho que toda a gente tem um propósito na nossa vida, nem que seja para a gente meter a pata na poça e aprender alguma coisa com isso. Hoje apercebi-me de uma grande "metidela" de pata na poça e de um reflexo horrivel de mim noutra pessoa.
Moral da primeira história - em circunstancia nenhuma é possivel ter relações de puto à vontade com colegas de trabalho. As pessoas perdem noção do que é próprio e aceitável. Vamos-lhe dar mais 2 tentativas até começar a cortar cabeças, afinal de contas, a inocencia foi minha.
Moral da segunda história - a obesidade tem de ser uma doença psiquica. Não é normal as pessoas só viverem para comer e fazerem tudo em função de comer. Eu sou assim. Sempre a pensar numa desculpa. Estou triste, não sei quem faz anos, faz 27 dias que comecei a trabalhar, falta 3h para o fim de semana, portugal perdeu, portugal ganhou, portugal não jogou nada e empatou, o scolari vai embora. Querquer coisa, leia-se, qualquer merda serve para um gelado, um bolo, uma pizza, queques, waffles, crepes, chantily... não é normal e há dias em que me sinto completamente inojada por ser assim! Tem de haver outra forma de comemorar/reconfortar que não seja esta! Bah!
Moral da primeira história - em circunstancia nenhuma é possivel ter relações de puto à vontade com colegas de trabalho. As pessoas perdem noção do que é próprio e aceitável. Vamos-lhe dar mais 2 tentativas até começar a cortar cabeças, afinal de contas, a inocencia foi minha.
Moral da segunda história - a obesidade tem de ser uma doença psiquica. Não é normal as pessoas só viverem para comer e fazerem tudo em função de comer. Eu sou assim. Sempre a pensar numa desculpa. Estou triste, não sei quem faz anos, faz 27 dias que comecei a trabalhar, falta 3h para o fim de semana, portugal perdeu, portugal ganhou, portugal não jogou nada e empatou, o scolari vai embora. Querquer coisa, leia-se, qualquer merda serve para um gelado, um bolo, uma pizza, queques, waffles, crepes, chantily... não é normal e há dias em que me sinto completamente inojada por ser assim! Tem de haver outra forma de comemorar/reconfortar que não seja esta! Bah!
Excesso de tempo
O excesso de tempo tem destas coisas. Hoje, sem nada para fazer, perdi-me nas páginas deste blog. Páginas antigas, já com mais de 2 anos. Já quase tinha esquecido aquela pessoa que fui. Já quase não me lembrava da tristeza, da solidão, da dor de outros dias. Rever pensamentos, sentimentos e crenças. Nota-se bem que já não sou aquela pessoas que era, mas invejo-me a forma de escrever. Talvez porque eram alturas de sentimentos mais fortes, mas revolta, mais tristeza, mais necessidade de ter dias em que tinha mesmo de ser feliz ou morrer. Mas a base é a mesma. A insegurança, as necessidades, a instabilidade.
Hoje dá-me vontade de ir atrás no tempo e dizer-me que posso continuar a acreditar que um dia tudo aquilo vai passar. Que um dia a paz vai voltar, a felicidade, os sonhos, o bem estar. E disser-me que mesmo assim, nada disso dura, nunca, muito tempo. A vida é mesmo assim, altos e baixos. E mesmo quando tudo vai bem, tudo vai mal! As coisas que nessa altura queria e sonhava, hoje tenho. O amor, carinho, mimo, atenção e companhia que tanta falta me fizeram. E agora novas coisas se sonham e faltam. Porque a vida é feita mesmo assim, de um sonho atrás de outro.
Hoje em dia já não venho para aqui com a mesma facilidade, acho que foi uma coisa que me ficou, não partilhar uma intimidade que não é só minha. Mas se calhar faz falta, vir para aqui revoltar-me com o mundo, com os combustiveis que me levam o dinheiro todo que tenho só para poder estar com o meu bocadinho de paz, com a falta de estabilidade financeira que preciso para ter a minha casa, com as minhas coisas, a falta de trabalho que tantas vezes é tão bom e tantas outras nos traz um estupido sentimento de inutilidade e de excesso de tempo.
Tempo para perceber que não me apetece estar mais aqui, tempo para fazer simulações de creditos habitação e creditos automóvel. Ver casas, comparar preços, fazer contas. 1650€ mensais para sair de casa. Quase dá vontade de rir. E adia-se o sonho mais uns meses. A espera que desespera. Que situação mais caricata. Hoje estou triste. É um daqueles dias em que toda essas pedrinhas no sapato enervam. E precisava tanto daquele silêncio, daquele abraço, daquela paz e sossego. Em que tudo parece voltar a fazer sentido, durante aqueles minutos, naquele abraço. E tenho de estar aqui a brincar ao mundo dos crescido sem que ninguém me dê uso. Quando acabar a brincadeira será tarde demais para esse abraço. E quando voltar a haver tempo já não será o tempo suficiente. Caricato? Ou ridículo, já nem sei bem... como é que dizem por aí? "A vida de adulto é mesmo assim"...
Hoje dá-me vontade de ir atrás no tempo e dizer-me que posso continuar a acreditar que um dia tudo aquilo vai passar. Que um dia a paz vai voltar, a felicidade, os sonhos, o bem estar. E disser-me que mesmo assim, nada disso dura, nunca, muito tempo. A vida é mesmo assim, altos e baixos. E mesmo quando tudo vai bem, tudo vai mal! As coisas que nessa altura queria e sonhava, hoje tenho. O amor, carinho, mimo, atenção e companhia que tanta falta me fizeram. E agora novas coisas se sonham e faltam. Porque a vida é feita mesmo assim, de um sonho atrás de outro.
Hoje em dia já não venho para aqui com a mesma facilidade, acho que foi uma coisa que me ficou, não partilhar uma intimidade que não é só minha. Mas se calhar faz falta, vir para aqui revoltar-me com o mundo, com os combustiveis que me levam o dinheiro todo que tenho só para poder estar com o meu bocadinho de paz, com a falta de estabilidade financeira que preciso para ter a minha casa, com as minhas coisas, a falta de trabalho que tantas vezes é tão bom e tantas outras nos traz um estupido sentimento de inutilidade e de excesso de tempo.
Tempo para perceber que não me apetece estar mais aqui, tempo para fazer simulações de creditos habitação e creditos automóvel. Ver casas, comparar preços, fazer contas. 1650€ mensais para sair de casa. Quase dá vontade de rir. E adia-se o sonho mais uns meses. A espera que desespera. Que situação mais caricata. Hoje estou triste. É um daqueles dias em que toda essas pedrinhas no sapato enervam. E precisava tanto daquele silêncio, daquele abraço, daquela paz e sossego. Em que tudo parece voltar a fazer sentido, durante aqueles minutos, naquele abraço. E tenho de estar aqui a brincar ao mundo dos crescido sem que ninguém me dê uso. Quando acabar a brincadeira será tarde demais para esse abraço. E quando voltar a haver tempo já não será o tempo suficiente. Caricato? Ou ridículo, já nem sei bem... como é que dizem por aí? "A vida de adulto é mesmo assim"...
28 May 2008
Nem todos os dias é fácil aceitar as coisas que não se podem mudar. Mas hoje é. Há dias em que me faz bem acordar mais cedo. Com mais tempo. E tomar banho, como se não tivesse de ir trabalhar pudesse tirar o dia para me voltar a sentar na relva, como fiz tão poucas vezes, contigo. Engano-me mesmo até ao momento em que saio de casa ou até te enviar os bons dias.
Mas hoje não cedi. Nem quando cheguei á conclusão que tinha de ir trabalhar, nem quando o céu ameaçou mais um dia de chuva, nem quando me apercebi que já só consigo meter 26 L de gasolina com 40 €.
Hoje agarrei-me a ontem e a amanhã. Hoje agarrei-me a ti.Hoje agarrei-me a toda a felicidade que me dás e à forma como completas o meu mundo. Hoje agarrei-me à memória do dia em que depois do trabalho irei para casa, para ti. Para o nosso mundo, na nossa casa.
Hoje agarrei-me ao teu abraço, ao teu beijo e ao teu mimo. Hoje agarrei-me à tua meiguice e ao teu amor. Hoje agarrei-me ao pedaço de mim que és tu e ao pedaço de ti que sou eu...
Mas hoje não cedi. Nem quando cheguei á conclusão que tinha de ir trabalhar, nem quando o céu ameaçou mais um dia de chuva, nem quando me apercebi que já só consigo meter 26 L de gasolina com 40 €.
Hoje agarrei-me a ontem e a amanhã. Hoje agarrei-me a ti.Hoje agarrei-me a toda a felicidade que me dás e à forma como completas o meu mundo. Hoje agarrei-me à memória do dia em que depois do trabalho irei para casa, para ti. Para o nosso mundo, na nossa casa.
Hoje agarrei-me ao teu abraço, ao teu beijo e ao teu mimo. Hoje agarrei-me à tua meiguice e ao teu amor. Hoje agarrei-me ao pedaço de mim que és tu e ao pedaço de ti que sou eu...
12 May 2008
Preciso de dias de sol. Preciso de dias longos de fim de semana. Preciso de relva e cheiro a mar. Preciso de trabalho que me ocupe a cabeça. Roubaram-me o tempo em troca de tédio. Interminávis horas de tédio. Por isso não, o problema não é o trabalho, é a falta dele.
O meu corpo revolta-se contra mim, como se eu tivesse o poder de mudar a minha vida ou avançar o tempo uns meses. Não tenho a certeza que o avançaria, mesmo que pudesse. A vida também é feita de tempos mais complicados, ajudam-nos a dar valor ao que temos, no final...
O meu corpo revolta-se contra mim, como se eu tivesse o poder de mudar a minha vida ou avançar o tempo uns meses. Não tenho a certeza que o avançaria, mesmo que pudesse. A vida também é feita de tempos mais complicados, ajudam-nos a dar valor ao que temos, no final...
27 March 2008
A vida é feita de pequenos pedaços. Pequenos pedaços que nos marcam. Porque são bons, porque são importantes, porque nos deixam tristes ou nos fazem aperceber de algo novo.
Ficam marcados, moldam-nos e fazem de nós o que somos. E são curiosos às vezes esses pequenos momentos, tão insignificantes e tão pequenos e que por vezes são tão importantes.
Hoje tive um desses momentos. Foi uma foto. Foi esta foto num blog. Não sei de quem é, só sei que era o segredo de alguém. Mas de repente, tudo me pareceu tão familiar. E dei por mim a chorar a pensar que poderias ser tu. Algo me fez esquecer o quanto eu sei que gostas de mim. Ainda é muito fácil para mim assumir que de um dia para o outro tudo pode mudar. Porque já aconteceu antes. E de um momento para o outro tudo mudou. Não por não gostares mais de mim, não porque me irias deixar, mas porque se tornou estranhamente claro para mim tudo aquilo que sinto por ti. E embora tenha doído, foi bom...
A foto fica, só para que eu nunca me esqueça de te dar o devido valor.
Ficam marcados, moldam-nos e fazem de nós o que somos. E são curiosos às vezes esses pequenos momentos, tão insignificantes e tão pequenos e que por vezes são tão importantes.
Hoje tive um desses momentos. Foi uma foto. Foi esta foto num blog. Não sei de quem é, só sei que era o segredo de alguém. Mas de repente, tudo me pareceu tão familiar. E dei por mim a chorar a pensar que poderias ser tu. Algo me fez esquecer o quanto eu sei que gostas de mim. Ainda é muito fácil para mim assumir que de um dia para o outro tudo pode mudar. Porque já aconteceu antes. E de um momento para o outro tudo mudou. Não por não gostares mais de mim, não porque me irias deixar, mas porque se tornou estranhamente claro para mim tudo aquilo que sinto por ti. E embora tenha doído, foi bom...
A foto fica, só para que eu nunca me esqueça de te dar o devido valor.
20 March 2008
Inquietações
Hoje a inquietação voltou. Aquela inquietação que tantas vezes me trouxe a este porto para deixar por cá tudo aquilo que a provocava. Os motivos mudaram, como já mudaram tantas vezes antes. A minha vida chegou a um ponto de ruptura. De repente tudo o que eu conhecia ficou para trás, assim, sem o meu consentimento. Já não há descontracção e tranquilidade, já não há tempo para descansar a cabeça e nunca há nada para fazer. Irrita-me ter tanto tempo e não o poder ocupar. É horrível a forma como nos bate de repente que sem dinheiro não se faz nada e sem trabalho não se faz dinheiro. Quando tiver trabalho não vou ter tempo, agora que tenho tempo falta-me o trabalho. Enerva-me este sentimento de inutilidade, este não ter nada que fazer, não ser precisa para nada, não ter datas, agenda. Irrita-me a constante procura por uma proposta que não vem, não aparece. É tudo pouco e longe e inadequado. A inquietação voltou numa forma nova que eu não conhecia, e eu não gostei.
12 February 2008
Janela para o sonho
Haverá poucas coisas mais complexas do que o ser humano e as relações interpessoais. A complexidade leva a uma variedade enorme (ou será a variedade que leva à complexidade?) e a simples convivência de dois seres pode ter um equilíbrio muito delicado. Dizem que a distância complica as relações e as torna mais lentas em evolução pelo pouco tempo que as pessoas se cruzam como consequência dessa distância. O tempo parece sempre pouco, demora-se mais tempo a conhecer os hábitos e as manias, as discussões atrasam e teimam em não vir.
Quando se toma uma decisão de se passar 48h longe do mundo e apenas com essa pessoa que "não se conhece" o espírito é sempre de optimismo e sente-se cá dentro um "finalmente juntos sem horas". Mas parece pairar no ar, um tempo antes, uma ânsia de descoberta de coisas novas e um medo de desiludir e desilusão. São estes momentos que acabam por se tornar marcantes e decisivos. Estas tão poucas horas que afinal acabam por correr tão rápido como aquelas 3h do costume no final de um dia de trabalho.
E hoje o dia acordou tão cruel como acabou ontem, não estavas mais ao meu lado. Não me acordaste a meio da noite para me dizeres o quanto gostavas de mim, não me abraçaste enquanto me espreguiçava e não vieste comigo tomar o pequeno-almoço. O banho, não o consegui tomar sem ti. Á medida que andava pela casa não te encontrei. Não chamaste por mim. Não te ouvi sentado no sofá a ouvir musica com o portátil no colo.
Hoje não vou poder cuidar de ti. Hoje não vou poder esconder-me em ti ou descascar-te tangerinas enquanto nos esticamos ao sol na relva. Não vou poder aconchegar-te o cobertor ou enroscar os meus pés nos teus. Hoje não vou poder fazer-te sorrir ou ver a felicidade estampada nos teus olhos.
Tenho consciência do tempo que foi, mas não consigo senti-lo apenas como 2 dias. Foi mais do que apenas um fim-de-semana. Foi um gostinho daquilo que poderia ser, se eu fosse já grande. Uma janela para um futuro que espero não esteja longe. O confirmar daquilo que sonhava e a certeza de que só poderás ser tu, para sempre, ao meu lado.
Agora, enquanto me habituo dolorosamente a viver sem ti outra vez, atormenta-me o futuro. Em breve o mundo obrigar-me-á a abdicar um pouco mais de ti, ao final de cada dia. Mais um obstáculo no caminho, esse caminho que no final acabará por nos juntar…
Quando se toma uma decisão de se passar 48h longe do mundo e apenas com essa pessoa que "não se conhece" o espírito é sempre de optimismo e sente-se cá dentro um "finalmente juntos sem horas". Mas parece pairar no ar, um tempo antes, uma ânsia de descoberta de coisas novas e um medo de desiludir e desilusão. São estes momentos que acabam por se tornar marcantes e decisivos. Estas tão poucas horas que afinal acabam por correr tão rápido como aquelas 3h do costume no final de um dia de trabalho.
E hoje o dia acordou tão cruel como acabou ontem, não estavas mais ao meu lado. Não me acordaste a meio da noite para me dizeres o quanto gostavas de mim, não me abraçaste enquanto me espreguiçava e não vieste comigo tomar o pequeno-almoço. O banho, não o consegui tomar sem ti. Á medida que andava pela casa não te encontrei. Não chamaste por mim. Não te ouvi sentado no sofá a ouvir musica com o portátil no colo.
Hoje não vou poder cuidar de ti. Hoje não vou poder esconder-me em ti ou descascar-te tangerinas enquanto nos esticamos ao sol na relva. Não vou poder aconchegar-te o cobertor ou enroscar os meus pés nos teus. Hoje não vou poder fazer-te sorrir ou ver a felicidade estampada nos teus olhos.
Tenho consciência do tempo que foi, mas não consigo senti-lo apenas como 2 dias. Foi mais do que apenas um fim-de-semana. Foi um gostinho daquilo que poderia ser, se eu fosse já grande. Uma janela para um futuro que espero não esteja longe. O confirmar daquilo que sonhava e a certeza de que só poderás ser tu, para sempre, ao meu lado.
Agora, enquanto me habituo dolorosamente a viver sem ti outra vez, atormenta-me o futuro. Em breve o mundo obrigar-me-á a abdicar um pouco mais de ti, ao final de cada dia. Mais um obstáculo no caminho, esse caminho que no final acabará por nos juntar…
24 January 2008
Dia do elogio
Talvez seja uma das condições de ser humano – esquecemos tantas vezes o que é importante, tomamos como certas algumas coisas na nossa vida esquecendo-nos de lhes dar o devido valor.
Passei 15 anos da minha vida às turras com a minha mãe. Chamam-lhe adolescência ou lá o que é. Aquela luta constante de direitos e deveres tentando encontrar um equilíbrio precário a cada passo que diminua os atritos. Todas as filhas têm relações difíceis com as mães, estranhava aquelas miúdas que depositavam nas mães as maiores confidências. Hoje em dia entendo-as um pouco melhor mas continuo a achar que mãe é mãe e toma-ma como a nossa melhor amiga poderia ser abdicar de uma data de características especiais que só as mães têm. Mãe nunca falha quando é preciso, seja para apoiar, abanar ou dizer coisas que só mais tarde farão sentido. Mãe ensina de uma forma única, há muita coisa que aprendi dela que espero não esquecer para poder passar àqueles que serão um dia os netos dela. Aprendi não só com o que reconheço bem feito e bem construído como com os erros de ambas.
Hoje, que é o dia de parar e elogiar – que seja pelo menos hoje já que tantas vezes nos esquecemos de o fazer – acho que o melhor elogio que posso fazer àqueles que de tanto me abdicaram para fazer de mim um ser melhor a cada dia, tantas vezes contra a minha vontade, é o reconhecimento de que foi um empenho com uma grande vitória final. Hoje sinto-me grande. Sinto-me completa, sinto-me íntegra e forte. Hoje sinto que sou tudo aquilo que tinha potencialidade para ser. Nenhum agradecimento verbal será algum dia suficiente para agradecer a quem dedica tantos anos àquilo que foi um dia apenas uma pequena vida, intacta e pura. Espero no futuro ter a força que me ensinaram para retribuir essa dedicação.
Passei 15 anos da minha vida às turras com a minha mãe. Chamam-lhe adolescência ou lá o que é. Aquela luta constante de direitos e deveres tentando encontrar um equilíbrio precário a cada passo que diminua os atritos. Todas as filhas têm relações difíceis com as mães, estranhava aquelas miúdas que depositavam nas mães as maiores confidências. Hoje em dia entendo-as um pouco melhor mas continuo a achar que mãe é mãe e toma-ma como a nossa melhor amiga poderia ser abdicar de uma data de características especiais que só as mães têm. Mãe nunca falha quando é preciso, seja para apoiar, abanar ou dizer coisas que só mais tarde farão sentido. Mãe ensina de uma forma única, há muita coisa que aprendi dela que espero não esquecer para poder passar àqueles que serão um dia os netos dela. Aprendi não só com o que reconheço bem feito e bem construído como com os erros de ambas.
Hoje, que é o dia de parar e elogiar – que seja pelo menos hoje já que tantas vezes nos esquecemos de o fazer – acho que o melhor elogio que posso fazer àqueles que de tanto me abdicaram para fazer de mim um ser melhor a cada dia, tantas vezes contra a minha vontade, é o reconhecimento de que foi um empenho com uma grande vitória final. Hoje sinto-me grande. Sinto-me completa, sinto-me íntegra e forte. Hoje sinto que sou tudo aquilo que tinha potencialidade para ser. Nenhum agradecimento verbal será algum dia suficiente para agradecer a quem dedica tantos anos àquilo que foi um dia apenas uma pequena vida, intacta e pura. Espero no futuro ter a força que me ensinaram para retribuir essa dedicação.
17 January 2008
14 January 2008
...
Tenho andado desligada da escrita, não é nada normal em mim. Sou, por norma, uma pessoa emocionalmente instável e com necessidade de libertar para o papel tudo o que me inquieta. Tenho andado um pouco desligada das coisas, mais do que o costume, devido à fase que vivo. Sinto que a minha vida ficou em suspenso desde que terminaram os exames e assim ficará até conseguir arranjar um emprego. O projecto não me motiva, a empresa não me motiva... vou andar à deriva até que tudo termine.
Não tem sido complicado para mim deixar a cabeça correr, sonhar com casas e com carros, com férias e com jantares. Perco-me em móveis e em hotéis, perco-me em momentos. Construo-os cuidadosamente e depois vivo-os, no meu mundo, no nosso mundo.
Mas algo mudou. Sei-o pelo medo que sinto, que me tem assaltado. Dia após dia, noite após noite, quando pouso a cabeça na almofada e quando abro os olhos de manhã. É uma espécie de aperto, um “não saber respirar”. É uma coisa com a qual nunca vivi. E comecei a pensar sobre o porquê do aparecimento desde medo, desta insegurança.
A entrada de uma pessoa especial na nossa vida é gradual, a entrada de qualquer pessoa na nossa vida é gradual. Ao início é só mais uma pessoa e como o tempo apercebemo-nos do quão especial ela é. É nessa altura que nos começamos a apegar a ela. Mas mesmo quando nos começamos a apegar a uma pessoa, é gradual. E há uma linha clara ao longo desse percurso que se percorre, é quando perdemos todo o controlo sobre aquilo que sentimos. É a altura em que nos apercebemos que a falta dessa pessoa iria criar uma falha grave na nossa vida.
Já há muito tempo que me apercebi do quão especial és e já há muito tempo me apeguei a ti. Mas acho que de alguma forma só agora cheguei a esse limite, a essa linha. A linha a partir da qual o meu mundo deixa de existir para sempre. Desta linha para a frente será o nosso mundo. Desta linha para a frente o teu desaparecimento seria pago com a minha vida pois eu deixaria de existir. Desta linha para a frente o sonho deixa de ser apenas fumo o começa a construir-se, pedra sobre pedra. Desta linha para a frente não há volta atrás.
Daí os medos, daí as inseguranças e os apertos. Conheces o meu percurso e sabes que os meus medos não vêm de ti. Os meus medos estão nos outros, no mundo fora do nosso. O meu medo é que algo te leve de mim, algo externo, algo que nos assalte sem contarmos. O meu medo é perder-te.
Esta é a minha batalha, hoje. Não te peço desculpa porque esta batalha não fui eu que a criei e é fruto apenas de coisas que vivi antes, noutra vida. Peço-te apenas paciência. Mas quero que saibas que sei bem que é contigo que quero ficar, que é a ti que quero e que é nas tuas mãos que quero depositar a minha vida...
11 January 2008
...
Nunca fui uma pessoal muito introspectiva. Não paro para pensar nas voltas que a vida me deu nem para aprender com os erros que fiz. Normalmente comigo tudo é desculpado, com mais ou menos tempo. Tenho tendência a esquecer mágoas e não guardar rancores.
Mas às vezes paro e hoje parei para pensar no número de pessoas que entrou e saiu da minha vida recentemente. Assusta. A facilidade com que as relações são substituídas. Voltas e voltas e o assunto é sempre o mesmo: o egoísmo que assentou na nossa sociedade e nas pessoas que dela fazem parte.
Lembro a forma como essas pessoas entraram e saíram. Amigos antigos de quem se perdeu o contacto por razões estúpidas, amigos de amigos que se deixaram esquecer, pessoas que nos empurram para fora das suas vidas porque deixamos de ter utilidade, o café que nunca mais se tomou, a chamada que nunca mais se retribuiu, o sms esquecido no fundo da lista dos recebidos ao qual nunca mais houve 3 minutos disponíveis para responder.
As relações, todas as relações, dão trabalho a manter. Com pais, irmãos e amigos. Com parceiros e companheiros. As coisas constroem-se mas o tempo degrada tudo, é preciso manutenção, atenção. É preciso disponibilidade, cuidado. É preciso vontade.
Se calhar hoje vou tentar não me esquecer disto como costumo e dar um pouquinho mais de mim àqueles que valem a pena.
Mas às vezes paro e hoje parei para pensar no número de pessoas que entrou e saiu da minha vida recentemente. Assusta. A facilidade com que as relações são substituídas. Voltas e voltas e o assunto é sempre o mesmo: o egoísmo que assentou na nossa sociedade e nas pessoas que dela fazem parte.
Lembro a forma como essas pessoas entraram e saíram. Amigos antigos de quem se perdeu o contacto por razões estúpidas, amigos de amigos que se deixaram esquecer, pessoas que nos empurram para fora das suas vidas porque deixamos de ter utilidade, o café que nunca mais se tomou, a chamada que nunca mais se retribuiu, o sms esquecido no fundo da lista dos recebidos ao qual nunca mais houve 3 minutos disponíveis para responder.
As relações, todas as relações, dão trabalho a manter. Com pais, irmãos e amigos. Com parceiros e companheiros. As coisas constroem-se mas o tempo degrada tudo, é preciso manutenção, atenção. É preciso disponibilidade, cuidado. É preciso vontade.
Se calhar hoje vou tentar não me esquecer disto como costumo e dar um pouquinho mais de mim àqueles que valem a pena.
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