14 November 2008

Há muita coisa que a nossa condição de humanos não nos permite perceber. Eu não consigo perceber as traições. Ou melhor, não compreendo como é que se pode trair alguém de quem se gosta, minimamente. Quando os putos se andam a comer todos uns aos outros sem nutrir o menor sentimento uns pelos outros, acho muito bem! Exploram melhor os corpos uns dos outros, o seu próprio, os gostos, as taras, e gabam-se aos amigos das centenas de quecas que deram. O risco, em si, é nulo. O máximo que pode acontecer é levar um murro nos dentes, coisa que nunca acontece porque as meninas se fazem sempre de fragilizadas e puras inocentes enganadas.
Quando as pessoas crescem e se envolvem em relacionamentos adultos com sentimentos à séria a traição torna-se, na minha cabeça, uma coisa perfeitamente imperceptível. Ou melhor, não é que eu não consiga perceber, só me custa aceitar. Eu questiono-me, essas pessoas, que encontram alguém que os completa, que os trata bem, com quem se identificam e sentem bem, acham que vale a pena por isso tudo em risco por uma esporradela? Meia dúzia que sejam. Ou acharam essas pessoas que as restantes pessoas também não têm dias maus, em que se fartam, em que ficam tristes, em que ficam em baixo e que também lhe apetecia foder alguém que não fosse a pessoa que, naquele momento, só lhes apetece foder de paulada? Toda a gente, em todas as relações, em algum momento, vai sentir essa vontade, mas o que nos distingue é integridade. Hoje em dia abdica-se dos valores por quaisquer 5 minutos de prazer e isso mete-me nojo. Que é feito das pessoas que batem o pé, que dão valor ao que têm diariamente ao sei lado, nos seus braços? Que apreciam o que por elas se faz e retribuem? Eu questiono-me, quando foi que trocamos a intimidade pela beita?

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