14 November 2008
Epifania [1]
A maior parte das coisas do mundo vem em ondas. Foi esta a ideia que me assaltou à dias. O ar vem em ondas, a água vem em ondas, a luz vem em ondas, o som vem em ondas… o gostar, parece-me, também vem em ondas. Diria até que o gostar funciona como o mar ou um rio. Há uma ondulação natural de gostar mas de quando a quando este pode ser atingido por uma enorme pedra que vem agitar as águas. Dependendo do tamanho da pedra pode até fazer a ondulação sair do seu curso natural, chegando a deitar algum desse sentimento para fora do seu curso natural. Acho que é por isso que algumas relações de amor ódio funcionam, o que acontece é que eles se encontram debaixo de uma queda de água, ondulando entre os picos elevados e os negativos do gostar. Desde que a média da ondulação se encontre elevada, as coisas vão funcionando. Pode ser isto que justifica, também, porque é que algumas relações sobrevivem a traições. Se for muito longa, depressões grandes no gostar pode não afectar significativamente a média dos anos. Se o valor voltar a subir, a coisa safa-se…
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