31 July 2008

Há uns meses que andava em contagem decrescente para hoje. O dia em que finalmente ia partilhar contigo um bocadinho de um mundo muito meu. Conheci-o não tinha um mês. Nasci a 17 de Julho e em Agosto estava a acampar. E foi uma sementinha que me ficou dos meus primeiros anos de vida, uma semente de paixão por esse mundo. Ainda relembro bem pequenos pedaços desses tempos. O cheiro seco dos pinheiros, a areia, o estalar das agulhas secas debaixo dos pés. Nunca esqueci o gosto que tinha pelos pequenos-almoços. Pãezinhos doces, donuts, bolas de berlim.... Mais velha apanhei outros gostos, sempre adorei ir tomar banho no campismo, voltar para a tenda fresquinha, não me importar com chegar já com os pés cheios de pó, deixar-me ficar sentada numa cadeira ou deitada numa cama de rede enquanto a pele acaba de secar. Fazer o jantar com calma, enquanto o sol ainda nos faz companhia. O ritual que se cria com o lavar dos tachos. Um molha, um lava, um passa por água, outro limpa e se houver mais gente ainda há um que arruma, outro que, sei lá, põe detergente na esponja. Faz-se tudo em conjunto e cresce um sentimento de comunidade que raramente se cria noutro local.
Hoje ia mostrar-te esse mundo. Hoje queria ter o poder de deixar em ti a mesma semente que há muito anos plantaram em mim. Mas hoje chove. E hoje, contigo, vou ter de descobrir como é que se escolhe o melhor sitio num parque de campismo que permita que amanha de manhã nenhum de nós esteja doente...

29 July 2008

Hoje em dia resumi as minhas horas de rádio apenas a pequenas viagens de carro. Gosto de ir acompanhada por algum programa da manhã aqueles 10 minutos até ao trabalho ou a qualquer outro pequeno ponto. Por norma viagens grandes faço-as na companhia de CDs, até porque se não o fizer vou demasiado distraída a mudar de estação. Isto tudo para dizer que ouço hoje em dia pouca musica comercial. Mas há musicas que nos ficam, instantaneamente, por uma ou outra determinada razão. Esta ficou-me pela letra.

But how do you expect me
to live alone with just me
'Cause my world revolves around you
It's so hard for me to breathe

Tell me how I'm supposed to breathe with no air
Can't live, can't breathe with no air
It's how I feel whenever you ain't there
It's no air, no air
Got me out here in the water so deep
Tell me how you gonna be without me
If you ain't here, I just can't breathe
It's no air, no air

O que eu quero ter quando for grande!

As pessoas que me conhecem bem, conhecem bem as minhas paixões.

O que eu quero ter (contigo) quando for grande (com a estúpida possibilidade de um dia dar para nós todos acrescentado "anexos")!!

Para outros apaixonados: www.coleman.eu




25 July 2008

As férias e a puta que pariu o mundo

Todo o ser humano tem um limite. E ultimamente apercebi-me de um conhecimento importante. A velocidade de aproximação desse limite é exponencial. À medida que nos aproximamos do limite essa aproximação tem tendência a ser mais rápida. Terá, talvez, alguma coisa a ver com os somatórios das faltas de paciência.
Podemos olhar para isso como um balde à chuva, esta chuva típica dos dias 25 de Julho. O que acontece é que se o caudal de chuva a entrar no balde for mais elevado do que a evaporação (sim, porque a 25 de Julho os baldes à chuva sofrem de evaporação) eventualmente o balde vai transbordar.
Mas o ser humano, a acrescer a esse fenómeno tem também o chamado choque em cadeia. Porque as pequenas faltas de paciência que inevitavelmente vão surgindo quando o mundo decide ignorar a nossa existência só levarão a situações de mais falta de paciência.
Vamos a um exemplo prático. Se me tivessem dito à dois meses atrás “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias no Algarve vai estar a chover” eu diria alegremente “olha que grande merda” e seguiria com a minha vida a pensar que se calhar até era melhor assim que se poupava os gastos com o ar condicionado na viagem. Se à um mês atrás me tivessem dito “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias vai estar a chover” eu diria já não tão alegremente “olha que grande merda, já não bastava ter chegado à conclusão que não tenho dinheiro para ir para o Algarve e ter de ir para ponte de Lima ainda vai estar a chover!”.
Mas chegar ao dia para o qual eu planeei começar as minhas férias, que entretanto já não são no Algarve e já só devem ser de um dia na presença do meu namorado porque um caralho de um prof dele achou que era giro foder-me a vida e marcar um exame para a minha semana de férias, já depois de ter terminado a época de exames, estar a chover, sim, afecta-me um bocadinho. Um bocado vá.

21 July 2008

10 July 2008

Mais um segredo meu para ti!

Mas tu foste o primeiro a saber!
mais ninguém percebeu, mas também, mais ninguém precisa de perceber...)

04 July 2008

Regresso ao passado

Já aqui falei muitas vezes de pessoas. Relações, amigos, gente. As entradas e saidas. Às vezes perco-me a ler o meu passado e já nem sei a quem me referia. Apercebo-me da intensidade com que sinto as coisas. Sou sempre assim, apaixonada. Depois encontro posts em que digo que mudei. E depois mude de novo. A inconstancia é constante.

E já quase me perdi. Vinha cá falar de pessoas. Das pessoas que saiem e entram. Da falta que fazem. Dos porquês. Quase nunca faz sentido o motivo. E tantas vezes já nem nos lembramos. Já algumas vezes voltei a tentar falar com pessoas com quem tinha perdido o contacto. E quase sempre me lembro do porquê, sinto que já não faz sentido e desisto de novo.

Ontem não. Ontem gostei de recordar-te e de recordar como eras. Há pessoas que não mudam. E no teu mudar vi as minhas mudanças todas. Tantas. O tamanho da capa que me protege do mundo comum, das banalidades. Fiquei com uma certa mágoa, pequena. Acho que me lembro de te fazer mais feliz do que o que te encontrei. Julguei-te sempre pleno, seguro, bem. E a magoa ficou por saber que já não posso ajudar. Não porque não posso mas porque não acharias bem.

Hoje mais do que qualquer outro dia desejo-te tudo de bom. Acima de tudo desejo-te a paz que tenho e que não te mostrei. Mantenho a minha porta aberta.
Um dia, à quase um ano atrás escrevi isto. Eu ainda não sabia, mas era sobre ti!

01 July 2008

1 de julho de 2008

Acho que é uma coisa de mulher ocupar a cabeça com datas e celebrações. Aniversários, datas, dias, momentos. Só porque sim. Mas eu nunca fui bem uma mulher. Mas achei que hoje era dia de parar. Se calhar só por um bocadinho, parar e dedicar o meu tempo à introspecção. Recordar o que era a minha vida à um ano atrás. Pensar no que mudou nestes últimos seis meses.

Já nem me lembro ao certo o que andaria a fazer à um ano atrás mas com certeza teria alguma coisa a ver com exames. Com passar os dias num café, com os livros em frente e um refresco de café. Sim, acho que foi nessa época de exames que me viciei nisso. Era barato, fresco e doce. Nessa altura havia dinheiro para passar o dia no café, entre estudo e o ocasional docinho. Nessa altura a gasolina era para mim apenas uma coisa que um dia poderia vir a produzir se seguisse a área. O preço dela não me preocupava, ia de autocarro para (quase) todo o lado.

Já não me lembro ao certo quem ocupava comigo os tempos que tinha livres e isso só prova a sua pouca importância. Andava perdida das pessoas que outrora me orientava e por isso andava perdida. Lembro-me que a diversão era passageira. Mas lembro-me que sabia bem achar que poderia, por uns dias, fazer merda. Só porque sim, só porque não o tinha feito na devida altura, talvez. Vivia um dia de cada vez e evitava pensar onde estaria passado um ano. Porque a mudança assusta e eu sabia que ela era inevitável.

E depois espatifaste-te no meu mundo. Apetecia-me sair. Tinha-me habituado a não estar em casa, havia já muitos meses que não parava em casa mas de repente dei comigo lá, depois de todas as gentes passageiras bazarem. Sim, nessa altura, as pessoas bazavam. E normalmente nem avisavam. E eu já não sabia estar sozinha. Talvez por já não saber quem era ao certo. Então, como até lá, há que partir para outra. Sair, conhecer gente, variar, ocupar o tempo livre.

Mas tu abriste-me a porta do carro quando eu cheguei. Abrir a porta do carro… há coisas que não se esquecem, e marcam. Fizeste-me pequenina por um momento e há tua volta criaste uma duvida. Rotulei-te de estranho. E seguimos. Seguimos os dois, passo a passo, o tempo que foi preciso para me trazeres de volta. Com a tua meiguice e doçura. E com o tempo voltei a lembrar-me do que era, da pessoa melhor que eu já tinha sido, antes. As coisas boas da vida apreciam-se com calma. E questionam-se. Os erros servem para não se repetirem. E a mim ainda me doía a cabeça das cornadas na parede. Mas só se consegue resistir um bocadinho de tempo àquilo que se deseja. E a cada dia tu eras tudo aquilo que precisava.

Hoje, que faz só (e já) 6 meses que sou tua quero aproveitar para te fazer perceber, só um pouquinho melhor, aquilo que trazes à minha vida, todos os dias. Hoje, que me dói um pouquinho mais não poder estar contigo e nos teus braços não posso deixar passar sem que saibas tudo aquilo que és.

Há dias em que não sei se mereço ter-te comigo. Mas isso faz com que te dê sempre um bocadinho mais de mim. Quero merecer-te e cuidar de ti. E isso faz de mim uma pessoa melhor. Voltaste a mostrar-me a meiguice e doçura que tinha perdido com a tua paciência e persistência. Tens um coração do tamanho do mundo, e deixas-te abusar com um sorriso na cara. E eu ainda te trato mal por deixares. Devolveste-me sonhos que tinha escondido, longe, dentro de mim. Sonhos que quero partilhar e viver contigo. Sonhos para nós. Para um futuro ao teu lado.

Por isso, felicidades a nós e ao nosso inicio de vida!