01 July 2008

1 de julho de 2008

Acho que é uma coisa de mulher ocupar a cabeça com datas e celebrações. Aniversários, datas, dias, momentos. Só porque sim. Mas eu nunca fui bem uma mulher. Mas achei que hoje era dia de parar. Se calhar só por um bocadinho, parar e dedicar o meu tempo à introspecção. Recordar o que era a minha vida à um ano atrás. Pensar no que mudou nestes últimos seis meses.

Já nem me lembro ao certo o que andaria a fazer à um ano atrás mas com certeza teria alguma coisa a ver com exames. Com passar os dias num café, com os livros em frente e um refresco de café. Sim, acho que foi nessa época de exames que me viciei nisso. Era barato, fresco e doce. Nessa altura havia dinheiro para passar o dia no café, entre estudo e o ocasional docinho. Nessa altura a gasolina era para mim apenas uma coisa que um dia poderia vir a produzir se seguisse a área. O preço dela não me preocupava, ia de autocarro para (quase) todo o lado.

Já não me lembro ao certo quem ocupava comigo os tempos que tinha livres e isso só prova a sua pouca importância. Andava perdida das pessoas que outrora me orientava e por isso andava perdida. Lembro-me que a diversão era passageira. Mas lembro-me que sabia bem achar que poderia, por uns dias, fazer merda. Só porque sim, só porque não o tinha feito na devida altura, talvez. Vivia um dia de cada vez e evitava pensar onde estaria passado um ano. Porque a mudança assusta e eu sabia que ela era inevitável.

E depois espatifaste-te no meu mundo. Apetecia-me sair. Tinha-me habituado a não estar em casa, havia já muitos meses que não parava em casa mas de repente dei comigo lá, depois de todas as gentes passageiras bazarem. Sim, nessa altura, as pessoas bazavam. E normalmente nem avisavam. E eu já não sabia estar sozinha. Talvez por já não saber quem era ao certo. Então, como até lá, há que partir para outra. Sair, conhecer gente, variar, ocupar o tempo livre.

Mas tu abriste-me a porta do carro quando eu cheguei. Abrir a porta do carro… há coisas que não se esquecem, e marcam. Fizeste-me pequenina por um momento e há tua volta criaste uma duvida. Rotulei-te de estranho. E seguimos. Seguimos os dois, passo a passo, o tempo que foi preciso para me trazeres de volta. Com a tua meiguice e doçura. E com o tempo voltei a lembrar-me do que era, da pessoa melhor que eu já tinha sido, antes. As coisas boas da vida apreciam-se com calma. E questionam-se. Os erros servem para não se repetirem. E a mim ainda me doía a cabeça das cornadas na parede. Mas só se consegue resistir um bocadinho de tempo àquilo que se deseja. E a cada dia tu eras tudo aquilo que precisava.

Hoje, que faz só (e já) 6 meses que sou tua quero aproveitar para te fazer perceber, só um pouquinho melhor, aquilo que trazes à minha vida, todos os dias. Hoje, que me dói um pouquinho mais não poder estar contigo e nos teus braços não posso deixar passar sem que saibas tudo aquilo que és.

Há dias em que não sei se mereço ter-te comigo. Mas isso faz com que te dê sempre um bocadinho mais de mim. Quero merecer-te e cuidar de ti. E isso faz de mim uma pessoa melhor. Voltaste a mostrar-me a meiguice e doçura que tinha perdido com a tua paciência e persistência. Tens um coração do tamanho do mundo, e deixas-te abusar com um sorriso na cara. E eu ainda te trato mal por deixares. Devolveste-me sonhos que tinha escondido, longe, dentro de mim. Sonhos que quero partilhar e viver contigo. Sonhos para nós. Para um futuro ao teu lado.

Por isso, felicidades a nós e ao nosso inicio de vida!

1 comment:

Maria Cardeal said...

Sim, isto é post de mulher (quer tu queiras ou não).
Recorda sempre as datas e os dias a comemorar e quando não houver inventa.

:)*