25 July 2008

As férias e a puta que pariu o mundo

Todo o ser humano tem um limite. E ultimamente apercebi-me de um conhecimento importante. A velocidade de aproximação desse limite é exponencial. À medida que nos aproximamos do limite essa aproximação tem tendência a ser mais rápida. Terá, talvez, alguma coisa a ver com os somatórios das faltas de paciência.
Podemos olhar para isso como um balde à chuva, esta chuva típica dos dias 25 de Julho. O que acontece é que se o caudal de chuva a entrar no balde for mais elevado do que a evaporação (sim, porque a 25 de Julho os baldes à chuva sofrem de evaporação) eventualmente o balde vai transbordar.
Mas o ser humano, a acrescer a esse fenómeno tem também o chamado choque em cadeia. Porque as pequenas faltas de paciência que inevitavelmente vão surgindo quando o mundo decide ignorar a nossa existência só levarão a situações de mais falta de paciência.
Vamos a um exemplo prático. Se me tivessem dito à dois meses atrás “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias no Algarve vai estar a chover” eu diria alegremente “olha que grande merda” e seguiria com a minha vida a pensar que se calhar até era melhor assim que se poupava os gastos com o ar condicionado na viagem. Se à um mês atrás me tivessem dito “olha, no dia para o qual planeaste começar as tuas férias vai estar a chover” eu diria já não tão alegremente “olha que grande merda, já não bastava ter chegado à conclusão que não tenho dinheiro para ir para o Algarve e ter de ir para ponte de Lima ainda vai estar a chover!”.
Mas chegar ao dia para o qual eu planeei começar as minhas férias, que entretanto já não são no Algarve e já só devem ser de um dia na presença do meu namorado porque um caralho de um prof dele achou que era giro foder-me a vida e marcar um exame para a minha semana de férias, já depois de ter terminado a época de exames, estar a chover, sim, afecta-me um bocadinho. Um bocado vá.

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