Que me perdoem, mas eu sou mesmo assim, quando alguma coisa me anda a chatear eu tenho mesmo necessidade de deita-la cá para fora, de que forma for, senão vou andar meses a pensar nisso. Deixa-la escrita é sempre uma boa forma.
À coisa de 5 anos eu abri mão de um grande amigo. A nossa relação tinha chegado ao fim e por respeito àquela que era agora uma das pessoas mais importantes na vida dele deixamos cair por terra aquilo que tínhamos. Quando uma relação acaba as coisas são complicadas de manter, seja a que nível for, mas mais cedo ou mais tarde é natural que se volte a encontrar naquela pessoa o amigo e companheiro que se teve durante anos. Principalmente quando são coisas que duraram algum tempo.
Eu conheço bem as inseguranças de uma relação, principalmente de uma relação nova e fresca e por respeito a isso aceitei os termos e condições. Hoje apercebo-me que o problema não era eu ser ex-namorada dele. O grande problema era eu ser muito melhor pessoa do que tu. Não há muitas coisas na vida que me deixem realmente fodida. Mas ver pessoas a virar as costas a gente decente em momentos difíceis, fode-me. E o que me fode mais é que eu não tive a oportunidade de estar presente nesse momento por tua causa, minha cabra. E tu, que tiveste esse privilégio, tiveste a distinta lata de lhe virar as costas.
Tenho dito.
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03 June 2010
11 May 2010
23 February 2010
Quando nascemos a nossa funcionalidade é nula. Somos totalmente dependentes de terceiros. Não temos a capacidade de sobreviver sozinhos - alias, não a temos durante largos anos - não temos a capacidade de nos alimentar sozinhos, não temos a capacidade de nos proteger sozinhos, não temos sequer a capacidade de nos expressar sozinhos.
Com o passar do tempo vamos ganhando a nossa independência, passo a passo. Começamos com coisas mais simples e mais básicas. Primeiro ganhamos necessidade, fome, sono, mimo, protecção. Depois aprendemos a expressar a nossas necessidades. Por fim, aprendemos a encontrar as nossas necessidades, a satisfaze-las sozinhos. Aprendemos a ir ao frasco das bolachas, aprendemos a ir sozinhos à casa de banho, aprendemos a correr para os braços de alguém ou a manipular alguém para nos pegar ao colo.
Com o passar do tempo criam-se novas necessidades, estimulação, aceitação social, satisfação pessoal, reconhecimento. Uma serie de necessidades mais complexas e mais difíceis de atingir ou mais desafiantes. Necessidades das quais nunca dependemos de terceiros e com as quais aprendemos a lidar, desde sempre, sozinhos. Quando essas necessidades não são satisfeitas sabemos exactamente como lidar com elas, porque as enfrentamos sozinhas desde sempre. O verdadeiro problema surge quando uma daquelas necessidades básicas deixa de estar satisfeita e nos esquecemos da forma como a tínhamos conseguido enfrentar sozinhos.
Quando nascemos, mesmo mesmo no inicio das nossas vidas, quando ainda não sabemos distinguir a fome do sono ou do frio a única reacção que temos é o medo, o pânico, a insatisfação, a tristeza. Nessa altura aprendemos que haverá alguém que saberá como nos acalmar dando-nos aquilo que nos faz falta. Com o passar do tempo, quando já conseguimos expressar as nossas necessidades e pedi-las, ainda há alturas em que somos assaltados pelo mesmo medo, pânico, insatisfação ou tristeza. É nessa altura que desenvolvemos uma capacidade que se provará extremamente importante na nossa vida, a capacidade de nos tranquilizarmos, acalmarmos, sozinhos. Uma coisa a que os ingleses tão inteligentemente chamaram de self-soothe.
Eu perdi essa capacidade. E é uma sensação devastadora.
Com o passar do tempo vamos ganhando a nossa independência, passo a passo. Começamos com coisas mais simples e mais básicas. Primeiro ganhamos necessidade, fome, sono, mimo, protecção. Depois aprendemos a expressar a nossas necessidades. Por fim, aprendemos a encontrar as nossas necessidades, a satisfaze-las sozinhos. Aprendemos a ir ao frasco das bolachas, aprendemos a ir sozinhos à casa de banho, aprendemos a correr para os braços de alguém ou a manipular alguém para nos pegar ao colo.
Com o passar do tempo criam-se novas necessidades, estimulação, aceitação social, satisfação pessoal, reconhecimento. Uma serie de necessidades mais complexas e mais difíceis de atingir ou mais desafiantes. Necessidades das quais nunca dependemos de terceiros e com as quais aprendemos a lidar, desde sempre, sozinhos. Quando essas necessidades não são satisfeitas sabemos exactamente como lidar com elas, porque as enfrentamos sozinhas desde sempre. O verdadeiro problema surge quando uma daquelas necessidades básicas deixa de estar satisfeita e nos esquecemos da forma como a tínhamos conseguido enfrentar sozinhos.
Quando nascemos, mesmo mesmo no inicio das nossas vidas, quando ainda não sabemos distinguir a fome do sono ou do frio a única reacção que temos é o medo, o pânico, a insatisfação, a tristeza. Nessa altura aprendemos que haverá alguém que saberá como nos acalmar dando-nos aquilo que nos faz falta. Com o passar do tempo, quando já conseguimos expressar as nossas necessidades e pedi-las, ainda há alturas em que somos assaltados pelo mesmo medo, pânico, insatisfação ou tristeza. É nessa altura que desenvolvemos uma capacidade que se provará extremamente importante na nossa vida, a capacidade de nos tranquilizarmos, acalmarmos, sozinhos. Uma coisa a que os ingleses tão inteligentemente chamaram de self-soothe.
Eu perdi essa capacidade. E é uma sensação devastadora.
03 February 2010
02 February 2010
20 January 2010
11 November 2009
Não é pelo dinheiro, nunca foi. Não me lembro ao certo da confusão que me fez da ultima vez que isto aconteceu, nem sei ao certo se tinha maturidade suficiente para compreender. Acho que tinha 15 anos. Até hoje a minha mãe comenta em como me afectou, na altura.
Não é pelo dinheiro, nunca foi. É por vê-lo em casa, contra a sua vontade, preso. Como um cão no fundo de um quintal. Pergunto-me se desta vez ele agirá como aquilo pelo qual o tomam, um cão velho. Pergunto se em vez de tentar sair, mudar, fugir, vai deitar-se, pousar a cabeça no chão frio e ficar à espero que o tempo, simplesmente, passe.
Não é pelo dinheiro, nunca foi. É por vê-lo em casa, contra a sua vontade, preso. Como um cão no fundo de um quintal. Pergunto-me se desta vez ele agirá como aquilo pelo qual o tomam, um cão velho. Pergunto se em vez de tentar sair, mudar, fugir, vai deitar-se, pousar a cabeça no chão frio e ficar à espero que o tempo, simplesmente, passe.
27 October 2009
O passar do tempo na nossa vida é como um vento forte sobre a areia. Como a água do mar sobre as rochas. Suaviza-lhe as feições, os vincos. Atenua os altos e baixos. Às vezes esquecemos as coisas que nos fazem vibrar, que nos despertam paixão. A distância leva-as, o tempo mantém-nas longe. O mundo gira e gira. Perdemo-nos no seu movimento diário, sol acima, sol abaixo, sol acima, sol abaixo. Falta-nos o tempo para parar. E com o tempo o sentimento que nos compelia a parar, suaviza, esquece.
Esta semana parei. Parei o mundo na minha mão numa travagem suave. Demorou dois dias. Dois dias e umas quantas horas mas ele lá parou. Respirei fundo como que a sorver todas as coisas que tinham passado por mim despercebidas desde a sua última paragem. Tentei trazer a mim, de novo, todos os sentimentos que tinha vindo a atenuar. Trazer de volta tudo o que era realmente importante. Foi com relutância que te recebi. Foi talvez por ser de noite, foi talvez por estar frio, foi talvez por não ter a tua companhia fazia já tanto tempo. Ou foi a tua ausência que não notei? O tempo cria hábitos, hábitos que aceitamos porque não há tempo para mais. Nunca há tempo. Mas esta semana havia.
Não sei se te recebi de braços abertos, acho que não. Acho que, com o meu mundo parado, não te reconheci. Não reconheci o teu toque, nem a tua presença. Foi só quando saíste do banho que te reconheci o cheiro. Foi só depois de te reconhecer o cheiro que te reconheci o sorriso e a paz. Ninguém tem essa paz. Mais ninguém. Nessa noite reconheci-te também o abraço e a meiguice. Relembrei o teu beijo e a tua sensibilidade de menino doce.
Quando o sol voltou a nascer [não sei eu ainda como foi que o sol nasceu nesse dia uma vez que o meu mundo continuava parado naquele pequeno lugar mágico… agora que penso, talvez tenhas sido tu a traze-lo contigo, talvez numa pequena mala ou mesmo no bolso. Tudo em ti tem o tamanho do mundo] tudo tinha magicamente voltado a mim. Tudo aquilo que tinha perdido desde a ultima vez que o meu mundo tinha parado. Nessa manhã, enquanto me abraçaste [e amassaste] apaixonei-me por ti mais um bocadinho. Apaixonei-me por nós. Pela nossa magia e pelo nosso encaixe único. Outra vez.
Hoje o meu mundo já arrancou de novo. Gira agora mais devagar, ainda devagar. Sei que não tardará a ganhar velocidade. Sei que em breve o tempo suavizará de novo os sentimentos e trará de novo os hábitos, mas enquanto esses dias não voltam e enquanto o tempo me permite aproveito para deixar nestas linhas as memórias de um dia em que o meu mundo parou o meu amor por ti brilhou de novo tranquilo dentro de mim.
Esta semana parei. Parei o mundo na minha mão numa travagem suave. Demorou dois dias. Dois dias e umas quantas horas mas ele lá parou. Respirei fundo como que a sorver todas as coisas que tinham passado por mim despercebidas desde a sua última paragem. Tentei trazer a mim, de novo, todos os sentimentos que tinha vindo a atenuar. Trazer de volta tudo o que era realmente importante. Foi com relutância que te recebi. Foi talvez por ser de noite, foi talvez por estar frio, foi talvez por não ter a tua companhia fazia já tanto tempo. Ou foi a tua ausência que não notei? O tempo cria hábitos, hábitos que aceitamos porque não há tempo para mais. Nunca há tempo. Mas esta semana havia.
Não sei se te recebi de braços abertos, acho que não. Acho que, com o meu mundo parado, não te reconheci. Não reconheci o teu toque, nem a tua presença. Foi só quando saíste do banho que te reconheci o cheiro. Foi só depois de te reconhecer o cheiro que te reconheci o sorriso e a paz. Ninguém tem essa paz. Mais ninguém. Nessa noite reconheci-te também o abraço e a meiguice. Relembrei o teu beijo e a tua sensibilidade de menino doce.
Quando o sol voltou a nascer [não sei eu ainda como foi que o sol nasceu nesse dia uma vez que o meu mundo continuava parado naquele pequeno lugar mágico… agora que penso, talvez tenhas sido tu a traze-lo contigo, talvez numa pequena mala ou mesmo no bolso. Tudo em ti tem o tamanho do mundo] tudo tinha magicamente voltado a mim. Tudo aquilo que tinha perdido desde a ultima vez que o meu mundo tinha parado. Nessa manhã, enquanto me abraçaste [e amassaste] apaixonei-me por ti mais um bocadinho. Apaixonei-me por nós. Pela nossa magia e pelo nosso encaixe único. Outra vez.
Hoje o meu mundo já arrancou de novo. Gira agora mais devagar, ainda devagar. Sei que não tardará a ganhar velocidade. Sei que em breve o tempo suavizará de novo os sentimentos e trará de novo os hábitos, mas enquanto esses dias não voltam e enquanto o tempo me permite aproveito para deixar nestas linhas as memórias de um dia em que o meu mundo parou o meu amor por ti brilhou de novo tranquilo dentro de mim.
15 July 2009
09 July 2009
01 July 2009
30 June 2009
26 June 2009
25 June 2009
Ando a ler um livro, Tuesdays with Morrie de Mitch Albom. Era suposto mudar a minha vida, mas embora ainda não o tenha feito, esta ideia agrada-me:
"There is a tribe in North Armerican Arctic, for example, who believe that all things on earth have a soul that exists in a miniature form of the body that holds it - so that a deer has a tiny deer inside it, and a man has a tiny man inside him. When the large being dies, that tiny form lives on. It can slide into something being born nearby, or it can go to a temporary resting place in the sky, in the belly of a great feminine spirit, where it waits until the moon can send it back to earth.
Sometimes, they say, the moon is so busy with the new souls of the world that it disappears from the sky. That is why we have moonless nights. But in the end, the moon always returns, as do we all."
"There is a tribe in North Armerican Arctic, for example, who believe that all things on earth have a soul that exists in a miniature form of the body that holds it - so that a deer has a tiny deer inside it, and a man has a tiny man inside him. When the large being dies, that tiny form lives on. It can slide into something being born nearby, or it can go to a temporary resting place in the sky, in the belly of a great feminine spirit, where it waits until the moon can send it back to earth.
Sometimes, they say, the moon is so busy with the new souls of the world that it disappears from the sky. That is why we have moonless nights. But in the end, the moon always returns, as do we all."
09 June 2009
Isto de estar desemprega tem destas vantagens. Estava a fazer zapping e deu com um programa que estava a passar "adultos à força". A coisa curiosa não é ter encontrado a série, série essa que eu até gostava de seguir na televisão portuguesa nos meus tempos de menina. O curioso foi olhar para o Charlie de novo e pensar "não posso crer que não o reconheci..."

07 June 2009
Ontem, cansada de estar em casa e movida pela vontade repentina de comer uma torrada, levantei-me, peguei no carro e fui-me enfiar num desses cafés apinhados de gente aos sábados à tarde. É um café grande, numa zona habitacional, com pouco transito, onde os putos ainda podem correr e jogar à bola sem o risco de serem atropelados ou raptados.
Enquanto esperava por ser atendida aproveitei para prestar atenção às pessoas que me rodeavam. Havia um grupo de 7 ou 8 pessoas, com os seus 60 anos, entusiasmadas a combinar umas férias. Havia uma senhora com os seus 75 anos que coçava os braços impacientemente à espera do marido. Ao meu lado uma menina que não devia ter mais de um aninho escondia-se de mim atrás da cadeira enquanto o pai trabalhava no mini-portátil e a mãe olhava para o infinito à espera que as horas passassem. Na mesa ao lado um casal em frente um ao outro não trocavam sequer os olhares. Cada um com o seu telemóvel em punho, riam-se, provavelmente de coisas diferentes. Entrou um casal novo. Sentaram-se, calados. E calados permaneceram. E como eles haviam outros. E outros. E outros.
Não gosto desta sociedade. Não gosto desta forma de estar. Não gosto daquilo em que se tornaram as relações de hoje em dia. Simplesmente não gosto. E recuso-me a aceita-las.
Enquanto esperava por ser atendida aproveitei para prestar atenção às pessoas que me rodeavam. Havia um grupo de 7 ou 8 pessoas, com os seus 60 anos, entusiasmadas a combinar umas férias. Havia uma senhora com os seus 75 anos que coçava os braços impacientemente à espera do marido. Ao meu lado uma menina que não devia ter mais de um aninho escondia-se de mim atrás da cadeira enquanto o pai trabalhava no mini-portátil e a mãe olhava para o infinito à espera que as horas passassem. Na mesa ao lado um casal em frente um ao outro não trocavam sequer os olhares. Cada um com o seu telemóvel em punho, riam-se, provavelmente de coisas diferentes. Entrou um casal novo. Sentaram-se, calados. E calados permaneceram. E como eles haviam outros. E outros. E outros.
Não gosto desta sociedade. Não gosto desta forma de estar. Não gosto daquilo em que se tornaram as relações de hoje em dia. Simplesmente não gosto. E recuso-me a aceita-las.
26 May 2009
É este o mundo de trabalho em que estou a tentar entrar. Sublinhe-se: engenheiro químico, para trabalhar 6 meses e depois ir para a rua, que fale fluentemente português, espanhol, alemão e inglês e que seja especialista em suportes de comunicação. Dão-se preferência a pessoas que sejam solteiras e não tenha companheiro, que não tenham esperança de construir uma família, comprar carro novo ou sair de casa dos pais porque nós só pagamos 600€, que deve dar mais ou menos para as despesas.
Alguém sabe quanto é que está a dar a prostituição...?
Alguém sabe quanto é que está a dar a prostituição...?
19 May 2009
Sempre fui uma pessoa muito virada para as relações interpessoais. Gosto de pessoas. Gosto de conviver com elas. Gosto de criar laços com elas. Gosto de as fazer rir e estar bem. Mas nunca soube gerir muito bem as mudanças repentinas. As entradas e saídas das pessoas da minha vida. Hoje páro para pensar, mais uma vez, na volatilidade das coisas. Como tudo muda de uma semana para a outra. A rotina levou com ela as pessoas, os risos, as frases que se repetiam, os hábitos. A rotina tirou-me uma mão cheia de pessoas da vida. Três mãos cheias de pessoas. E a saudade, tem dias, em que pesa. Hoje pesou mais por saber que ainda não fui esquecida.
Faz-me pensar em quando, se, outras pessoas poderão sair assim da minha vida. Num fechar da porta do carro num dia ameno de primavera. Um até um destes dias que se prologa e prolonga. Que se transforma num telefonema longínquo. Que se transforma num temos de ir tomar um café um destes dias. Que se transforma num email de feliz natal.
Faz-me pensar em se as pessoas sabem que são importantes, na minha vida. Tenho lido e ouvido muito sobre relacionamentos. Amorosos. Sobre como o tempo cansa tudo. Como tudo desaparece. Como as pessoas se dão umas às outras por garantidas. Como deixam de se esforçar. Como se cansam na rotina do dia à dia. Em como tudo isso se torna, aparentemente, inevitável.
E as amizades, será que não funcionam assim? Como é que as amizades se adaptam às nossas mudanças de vida? Às pessoas novas que aparecem na nossa vida? Às nossas mudanças de horários, de tempo livre, de prioridades? Será que os meus amigos sabem que os tomo por garantidos? Será que eles sabem da sua importância na minha vida?
Ninguém é insubstituível e só faz falta quem cá está. Foi uma das coisas que ouvi antes de me vir embora da Unicer, de uma das pessoas de quem mais saudades vou ter. Ele tem razão, disse-lho. E tem. E eu percebi onde ele queria chegar. E eu serei substituída. Mas nunca por ninguém que crie o mesmo espírito à sua volta!
Faz-me pensar em quando, se, outras pessoas poderão sair assim da minha vida. Num fechar da porta do carro num dia ameno de primavera. Um até um destes dias que se prologa e prolonga. Que se transforma num telefonema longínquo. Que se transforma num temos de ir tomar um café um destes dias. Que se transforma num email de feliz natal.
Faz-me pensar em se as pessoas sabem que são importantes, na minha vida. Tenho lido e ouvido muito sobre relacionamentos. Amorosos. Sobre como o tempo cansa tudo. Como tudo desaparece. Como as pessoas se dão umas às outras por garantidas. Como deixam de se esforçar. Como se cansam na rotina do dia à dia. Em como tudo isso se torna, aparentemente, inevitável.
E as amizades, será que não funcionam assim? Como é que as amizades se adaptam às nossas mudanças de vida? Às pessoas novas que aparecem na nossa vida? Às nossas mudanças de horários, de tempo livre, de prioridades? Será que os meus amigos sabem que os tomo por garantidos? Será que eles sabem da sua importância na minha vida?
Ninguém é insubstituível e só faz falta quem cá está. Foi uma das coisas que ouvi antes de me vir embora da Unicer, de uma das pessoas de quem mais saudades vou ter. Ele tem razão, disse-lho. E tem. E eu percebi onde ele queria chegar. E eu serei substituída. Mas nunca por ninguém que crie o mesmo espírito à sua volta!
17 May 2009
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