Sempre fui uma pessoa muito virada para as relações interpessoais. Gosto de pessoas. Gosto de conviver com elas. Gosto de criar laços com elas. Gosto de as fazer rir e estar bem. Mas nunca soube gerir muito bem as mudanças repentinas. As entradas e saídas das pessoas da minha vida. Hoje páro para pensar, mais uma vez, na volatilidade das coisas. Como tudo muda de uma semana para a outra. A rotina levou com ela as pessoas, os risos, as frases que se repetiam, os hábitos. A rotina tirou-me uma mão cheia de pessoas da vida. Três mãos cheias de pessoas. E a saudade, tem dias, em que pesa. Hoje pesou mais por saber que ainda não fui esquecida.
Faz-me pensar em quando, se, outras pessoas poderão sair assim da minha vida. Num fechar da porta do carro num dia ameno de primavera. Um até um destes dias que se prologa e prolonga. Que se transforma num telefonema longínquo. Que se transforma num temos de ir tomar um café um destes dias. Que se transforma num email de feliz natal.
Faz-me pensar em se as pessoas sabem que são importantes, na minha vida. Tenho lido e ouvido muito sobre relacionamentos. Amorosos. Sobre como o tempo cansa tudo. Como tudo desaparece. Como as pessoas se dão umas às outras por garantidas. Como deixam de se esforçar. Como se cansam na rotina do dia à dia. Em como tudo isso se torna, aparentemente, inevitável.
E as amizades, será que não funcionam assim? Como é que as amizades se adaptam às nossas mudanças de vida? Às pessoas novas que aparecem na nossa vida? Às nossas mudanças de horários, de tempo livre, de prioridades? Será que os meus amigos sabem que os tomo por garantidos? Será que eles sabem da sua importância na minha vida?
Ninguém é insubstituível e só faz falta quem cá está. Foi uma das coisas que ouvi antes de me vir embora da Unicer, de uma das pessoas de quem mais saudades vou ter. Ele tem razão, disse-lho. E tem. E eu percebi onde ele queria chegar. E eu serei substituída. Mas nunca por ninguém que crie o mesmo espírito à sua volta!
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