27 March 2008

A vida é feita de pequenos pedaços. Pequenos pedaços que nos marcam. Porque são bons, porque são importantes, porque nos deixam tristes ou nos fazem aperceber de algo novo.
Ficam marcados, moldam-nos e fazem de nós o que somos. E são curiosos às vezes esses pequenos momentos, tão insignificantes e tão pequenos e que por vezes são tão importantes.
Hoje tive um desses momentos. Foi uma foto. Foi esta foto num blog. Não sei de quem é, só sei que era o segredo de alguém. Mas de repente, tudo me pareceu tão familiar. E dei por mim a chorar a pensar que poderias ser tu. Algo me fez esquecer o quanto eu sei que gostas de mim. Ainda é muito fácil para mim assumir que de um dia para o outro tudo pode mudar. Porque já aconteceu antes. E de um momento para o outro tudo mudou. Não por não gostares mais de mim, não porque me irias deixar, mas porque se tornou estranhamente claro para mim tudo aquilo que sinto por ti. E embora tenha doído, foi bom...

A foto fica, só para que eu nunca me esqueça de te dar o devido valor.

20 March 2008

Inquietações

Hoje a inquietação voltou. Aquela inquietação que tantas vezes me trouxe a este porto para deixar por cá tudo aquilo que a provocava. Os motivos mudaram, como já mudaram tantas vezes antes. A minha vida chegou a um ponto de ruptura. De repente tudo o que eu conhecia ficou para trás, assim, sem o meu consentimento. Já não há descontracção e tranquilidade, já não há tempo para descansar a cabeça e nunca há nada para fazer. Irrita-me ter tanto tempo e não o poder ocupar. É horrível a forma como nos bate de repente que sem dinheiro não se faz nada e sem trabalho não se faz dinheiro. Quando tiver trabalho não vou ter tempo, agora que tenho tempo falta-me o trabalho. Enerva-me este sentimento de inutilidade, este não ter nada que fazer, não ser precisa para nada, não ter datas, agenda. Irrita-me a constante procura por uma proposta que não vem, não aparece. É tudo pouco e longe e inadequado. A inquietação voltou numa forma nova que eu não conhecia, e eu não gostei.