14 October 2008

Hoje como tinha algum tempo livre depois de jantar e como estou já farta da rotina de ir para a cama ver programas estúpidos de televisão decidi encontrar um livro para ler ou reler enquanto espero que o telefone toque. Peguei num, peguei noutro, abri, li uma passagem. Depois olhei para a secção de livros que ainda não li. Harry Potter. Não. Ensaio sobre a cegueira. Também não. Cem anos de solidão. Peguei, abri, denso. Através da primeira folha reconheço-te a letra. Já não me lembrava que tinha sido uma prenda de anos.
Porto, 17 julho 2004
Depois de tanto pedires, era impossível não te dar este livro. Espero que gostes!!!
Amo-te, José Pedro
As palavras passaram por mim indiferentes. Mas parei uns segundos para lhes reconhecer a frieza, a distância. Pergunto-me se já teríamos morrido ou se estranho apenas por agora ter alguém que me trata com a meiguice que sempre precisei.

[É ao reler isto hoje que dou ainda mais valor ao facto de desta vez pesar as palavras e as estimar. Há palavras que se gastam e com elas gasta-se um bocadinho do sentimento que nelas ia. E o nosso amor quero estima-lo para que dure uma vida!]

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