11 January 2008

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Nunca fui uma pessoal muito introspectiva. Não paro para pensar nas voltas que a vida me deu nem para aprender com os erros que fiz. Normalmente comigo tudo é desculpado, com mais ou menos tempo. Tenho tendência a esquecer mágoas e não guardar rancores.
Mas às vezes paro e hoje parei para pensar no número de pessoas que entrou e saiu da minha vida recentemente. Assusta. A facilidade com que as relações são substituídas. Voltas e voltas e o assunto é sempre o mesmo: o egoísmo que assentou na nossa sociedade e nas pessoas que dela fazem parte.
Lembro a forma como essas pessoas entraram e saíram. Amigos antigos de quem se perdeu o contacto por razões estúpidas, amigos de amigos que se deixaram esquecer, pessoas que nos empurram para fora das suas vidas porque deixamos de ter utilidade, o café que nunca mais se tomou, a chamada que nunca mais se retribuiu, o sms esquecido no fundo da lista dos recebidos ao qual nunca mais houve 3 minutos disponíveis para responder.
As relações, todas as relações, dão trabalho a manter. Com pais, irmãos e amigos. Com parceiros e companheiros. As coisas constroem-se mas o tempo degrada tudo, é preciso manutenção, atenção. É preciso disponibilidade, cuidado. É preciso vontade.

Se calhar hoje vou tentar não me esquecer disto como costumo e dar um pouquinho mais de mim àqueles que valem a pena.

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