Aprendi a apreciar as minha viagens de carro ao fim de semana. Saiu sem destino e sem direcção. Vou, simplesmente. Porque todo o prazer está em ir. Talvez sejam hábitos de família, lembro-me o que me irritava voltar para casa ao domingo com o meu pai a conduzir a 40 km/h. Hoje compreendo-o melhor. Ontem sai por sair. Porque esta casa se torna claustrofóbica ao fim de semana. Comecei o cais de Gaia, até lá fui por um desses caminhos que não se pode apreciar.
Abri as janelas do carro para que os cheiros pudessem avivar a minha memória de todos os momentos. Só tinha ido uma vez ao cais de Gaia. Foi um reencontro ao fim de alguns anos com aquele que foi o primeiro homem que mudou a minha vida. Mas já fechei a minha história com ele, numa qualquer noite de inverno, acho eu.
Atravesso de carro pela ponte D. Luís e começo a subir a ribeira. Faço um desvio para passar em frente aquele bar onde passei (aquilo que parecem agora) tão poucas noites da minha vida a beber bebidas energéticas e coca cola com aquele que poderia ter sido o homem da minha vida. Não foi, adiante. Foz. Preciso de um parêntesis.
[não ontem, mas hoje, fui dar uma volta ao parque da cidade. Aquela necessidade de sair, ver sol e pessoas. Quase peguei no telemóvel para ligar à nossa M. para saber se ela queria ir dar uma volta e conversar um bocadinho. Acho que aqueles passeios sempre foram das melhores coisas que temos. Só depois me lembrei. E é nestas alturas que nos apercebemos de como fazem falta as coisas que tomamos como garantidas.]
Alias, antes de chegar à Foz à aquele parque de estacionamento a que eu gosto de chamar o meu parque de estacionamento. Ontem parei lá, sai do carro e fui olhar para as rochas e para aquilo que de noite não se parece nada com o que é. E lembrei-me daquele que talvez seja o homem que poderá mudar a minha vida. Lembrei-me dele e do bem que me faz quando estamos juntos.
Foz. A Foz é aquele sitio onde toda a gente vai com toda a gente. Já tive tantos momentos bons e maus na voz que quando lá passo só consigo dar atenção aos semáforos, aos carros mal estacionados e ao porto doce.
Parque da cidade. O parque da cidade faz parte de mim há muitos muitos anos. Lembro-me bem de uma tarde lá passada nos meus anos de secundário. Lembro-me de ir para o cafézinho à beira do estábulo. Duma reunião de bookcrossing debaixo de umas arvores com direito a batatas fritas e rissóis. Livros com batatas fritas. Ás vezes até chego a sentir falta dessas coisas. Mas as memórias recentes tendem a esmorecer tudo isso. É quase inevitável não passar por lá e desejar que aquele beijo entre aquelas pedras nunca tivesse existido. Mas se assim fosse tu nunca terias sido aquele que me fez acreditar que haverá um dia um homem na minha vida.
Matosinhos. Há qualquer coisa no cheiro de Matosinhos. É horrível, mas é uma parte tão grande da minha vida, da minha infância. Por isso, sabe bem senti-lo, de vez em quando, aos domingos. E lembro-me do dia que fomos lá comer salmão. Porque te apetecia peixe e a mim apetecia-me dar-te aquilo de que precisasses.
Angeiras, e todas as noites que perdi lá. Não mudaria nenhuma. É dos tais capítulos que foram bem fechados. Tão bem fechados que podemos olhar para eles sem qualquer tipo de sentimos mau associado. Não há tristezas, nem mágoas nem mesmo saudade. Foi bom. Ponto.
E depois voltar para casa. Voltar para casa com a sensação que já se viveu tanta coisa. Dá um certo sentimento de bem estar, de tranquilidade. E dá uma certa vontade de olhar em frente e procurar coisas novas.
Abri as janelas do carro para que os cheiros pudessem avivar a minha memória de todos os momentos. Só tinha ido uma vez ao cais de Gaia. Foi um reencontro ao fim de alguns anos com aquele que foi o primeiro homem que mudou a minha vida. Mas já fechei a minha história com ele, numa qualquer noite de inverno, acho eu.
Atravesso de carro pela ponte D. Luís e começo a subir a ribeira. Faço um desvio para passar em frente aquele bar onde passei (aquilo que parecem agora) tão poucas noites da minha vida a beber bebidas energéticas e coca cola com aquele que poderia ter sido o homem da minha vida. Não foi, adiante. Foz. Preciso de um parêntesis.
[não ontem, mas hoje, fui dar uma volta ao parque da cidade. Aquela necessidade de sair, ver sol e pessoas. Quase peguei no telemóvel para ligar à nossa M. para saber se ela queria ir dar uma volta e conversar um bocadinho. Acho que aqueles passeios sempre foram das melhores coisas que temos. Só depois me lembrei. E é nestas alturas que nos apercebemos de como fazem falta as coisas que tomamos como garantidas.]
Alias, antes de chegar à Foz à aquele parque de estacionamento a que eu gosto de chamar o meu parque de estacionamento. Ontem parei lá, sai do carro e fui olhar para as rochas e para aquilo que de noite não se parece nada com o que é. E lembrei-me daquele que talvez seja o homem que poderá mudar a minha vida. Lembrei-me dele e do bem que me faz quando estamos juntos.
Foz. A Foz é aquele sitio onde toda a gente vai com toda a gente. Já tive tantos momentos bons e maus na voz que quando lá passo só consigo dar atenção aos semáforos, aos carros mal estacionados e ao porto doce.
Parque da cidade. O parque da cidade faz parte de mim há muitos muitos anos. Lembro-me bem de uma tarde lá passada nos meus anos de secundário. Lembro-me de ir para o cafézinho à beira do estábulo. Duma reunião de bookcrossing debaixo de umas arvores com direito a batatas fritas e rissóis. Livros com batatas fritas. Ás vezes até chego a sentir falta dessas coisas. Mas as memórias recentes tendem a esmorecer tudo isso. É quase inevitável não passar por lá e desejar que aquele beijo entre aquelas pedras nunca tivesse existido. Mas se assim fosse tu nunca terias sido aquele que me fez acreditar que haverá um dia um homem na minha vida.
Matosinhos. Há qualquer coisa no cheiro de Matosinhos. É horrível, mas é uma parte tão grande da minha vida, da minha infância. Por isso, sabe bem senti-lo, de vez em quando, aos domingos. E lembro-me do dia que fomos lá comer salmão. Porque te apetecia peixe e a mim apetecia-me dar-te aquilo de que precisasses.
Angeiras, e todas as noites que perdi lá. Não mudaria nenhuma. É dos tais capítulos que foram bem fechados. Tão bem fechados que podemos olhar para eles sem qualquer tipo de sentimos mau associado. Não há tristezas, nem mágoas nem mesmo saudade. Foi bom. Ponto.
E depois voltar para casa. Voltar para casa com a sensação que já se viveu tanta coisa. Dá um certo sentimento de bem estar, de tranquilidade. E dá uma certa vontade de olhar em frente e procurar coisas novas.
1 comment:
Agora podes vir a Santiago dar um passeio cmg qnd kiseres...e conversarmos...
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