25 November 2010
Amor em estado gasoso
Hoje acordei com uma epifania: o amor começa sempre em estado gasoso. É apenas uma ideia que nos invade, uma realização de que aquela pessoa afinal é anormal. É mais interessante ou mais bonita ou mais inteligente ou mais sensual ou mais cativante que as restantes pessoas que nos invadem o espaço. E ao inicio, não passa disso, de algo arbitrário e passageiro na nossa mente. Depois podemos começar a cismar nessa anormalidade dessa pessoa, juntado-lhe mais e mais características que nos interessam e nos fascinam e a bolha de gás que é o pensamento sobre esse dito ser, cresce e torna-se mais frequente e mais presente na nossa vida. Até ao dia em que simplesmente deixa de nos caber dentro da cabeça. A pressão aumenta, pressiona-nos, massa-nos a existência. E de repente, num dia, num instante, temos essa pessoa mesmo à nossa frente. Basta um só toque leve num ombro. BOOP, a bolha rebenta-se e aquele todo que é aquilo que imaginamos ao longo do tempo entra-se-nos pela alma num arrepio gélido, quase instantâneo. É o amor em estado líquido. Agora já não há nada a fazer, ele flui-nos nas feias, com o oxigénio ou o croissant da manhã. Existe dentro de nós, tão naturalmente como todo o resto no nosso ser. Respiramo-lo, sentimo-lo, vivemo-lo. Na esperança que um dia ele se torne em estado sólido. :)
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