Havia um filme que costumava dar muitas vezes quando eu era miúda que continha uma cena que eu achava curiosa e sobre a qual me cheguei a debruçar várias vezes. A protagonista, uma rapariga nos seus 35 anos, solteira, encontra um diário que tinha escrito quando era ainda menina onde descrevia aquele que se seria um dia, esperava ela, o seu marido ou o chamado homem-da-minha-vida. Se a memoria não me falha (afinal de contas só vi o filme 3 ou 4 vezes) ela descrevia algumas das características que ele teria, que eram sem duvida coisas banais mas peculiares - tinha um olho de cada cor, sabia fazer panquecas nas mais variadas formas e sabia montar um cavalo de costas. Penso que incluía também um pormenor sobre algo que ele deveria trazer ao pescoço, mas já não me lembro ao certo.
Lembro de ver aquilo na altura e tentar fazer o mesmo para o meu homem-da-minha-vida. Mas achava aquilo tudo ridículo, não conseguia perceber como é que este ou aquele pormenor, definido conscientemente por mim poderia ajudar a encontrar o tal homem. Mas a coisa curiosa é que ao fim de tantos anos de existência ou, melhor dizendo, de consciência desse universo que é a procura do amor e do homem-da-nossa-vida eu acabei por me aperceber que há, de facto, intrinsecamente no meu ser, não mais de uma mão de características que quando encontro numa pessoa fazem o meu mundo girar um bocadinho mais devagar. Não é uma questão explicável, pelo que deve ser uma questão hormonal qualquer ou uma pequena falha no meu cérebro mas a verdade é que existe. Não posso dizer que se crie qualquer tipo de atracção ou enamoro quando isso acontece, é como que um pequeno fascínio que me cria um nózinho no estômago... e depois passa e vai.
No meu diário poderia então eu ter escrito, no topo dos meus 10 ou 12 anos:
o homem-da-minha-vida será um homem discreto e despreocupado. A sua maior prioridade será a família de 3 filhos que quer ter, embora só o admita à mãe dos seus filhos. Vai gostar de trazer paz à casa com o som baixo de uma guitarra pela noite. Escreverá com a mão esquerda.
Lembro de ver aquilo na altura e tentar fazer o mesmo para o meu homem-da-minha-vida. Mas achava aquilo tudo ridículo, não conseguia perceber como é que este ou aquele pormenor, definido conscientemente por mim poderia ajudar a encontrar o tal homem. Mas a coisa curiosa é que ao fim de tantos anos de existência ou, melhor dizendo, de consciência desse universo que é a procura do amor e do homem-da-nossa-vida eu acabei por me aperceber que há, de facto, intrinsecamente no meu ser, não mais de uma mão de características que quando encontro numa pessoa fazem o meu mundo girar um bocadinho mais devagar. Não é uma questão explicável, pelo que deve ser uma questão hormonal qualquer ou uma pequena falha no meu cérebro mas a verdade é que existe. Não posso dizer que se crie qualquer tipo de atracção ou enamoro quando isso acontece, é como que um pequeno fascínio que me cria um nózinho no estômago... e depois passa e vai.
No meu diário poderia então eu ter escrito, no topo dos meus 10 ou 12 anos:
o homem-da-minha-vida será um homem discreto e despreocupado. A sua maior prioridade será a família de 3 filhos que quer ter, embora só o admita à mãe dos seus filhos. Vai gostar de trazer paz à casa com o som baixo de uma guitarra pela noite. Escreverá com a mão esquerda.
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