26 June 2008

Robbie quer amigos novos

Ouvi hoje de manhã na radio, o Robbie Williams tem uma tara nova. Parece que o rapaz se interessa muito por OVNIs e vai montar tenda a ver se apanha um. Eu tenho um conselho para o nosso caro amigo - Hey Robbie, you need a moustache!!

Sim, porque toda a gente sabe que os maiores observadores de OVNIs do mundo são aqueles que têm um bigode digno e bem tratado, daqueles que até dá para molhar a sopa. E por norma os OVNIs aparecem depois do terceiro caneco de maduro no tasco do Sr. Albino. Desconfia-se que tem alguma coisa a ver com os movimentos em S que as pessoas nessas condições tem tendencia a fazer...

23 June 2008

...

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".

O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.

O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso, in Expresso

Encontrei isto. Li, gostei e apeteceu-me escrever-lhe a falar de nós.

19 June 2008

Transtornos

O homem é um animal de hábitos. E há habitos que levamos ao extremo. Eu, pessoalmente, tenho um sistema digestivo muito bem comportado. E todos os dias entre as 14h15 e 14h30 ele apita para mais um momento intimo. Pois bem, a casa de banho do serviço está em obras! Oh coisa chata! Agora, depois de voltar de almoçar tenho de deslocar-me a uma casa de banho desconhecida do meu traseiro! E nem me chateia ter de andar mais ou ter de entrar num edificio cheio de gente mal disposta. E a casa de banho em si até é recente, limpinha e tem creme para as mãos ao lado do sabonete. Mas não é a minha. E a juntar a isso temos o incomudo de fazer parte de um vestiário proporcionando aqueles momentos de total constrangimento que é estar á escuta a ver alguém dá conta do que se passa. Não é que não seja um hábito perfeitamente natural, que toda a gente faz, acho que é só dispensavel que outras pessoas sejam expostas aos maus cheiros que o nosso corpo tem a capacidade de produzir! É a tal coisa, é um momento intimo! E eu tenho vontade de ter a minha casa de banho de volta...
Segunda-feira foi dia de ginásio, cheguei a casa às 8h da noite.
Terça-feira foi dia de matar saudades, cheguei a casa às 10h30 da noite.
Quarta-feira foi dia de ginásio, cheguei a casa às 8h da noite.
Hoje é dia de formação, vou chegar a casa (sendo optimista) às 10h30 da noite.
Amanhã é dia de matar saudades, não faço ideia a que horas vou chegar a casa.

Estou sentada em frente a um PC à 4h. Doi-me a cabeça de não fazer nada. Estou cansada de não fazer nada. Arde-me os olhos de olhar para ele. Horas e horas seguidas de completa unitilidade. E com tantas outras coisas que poderia estar a fazer. A propósito, a mulher devia ser como o urso polar. Chegado o verão, os pelos deixam de ser necessários e caiem. Os meus teimam em não cair. E eu sem tempo para os tirar de lá!

18 June 2008

O mundo tem destas coisas...

...chamemos-lhes, curiosas!
Desde pequneos que começamos a criar o leque de valores que nos acompanhará o resto da vida. O respeito pelo próximo, a boa educação, o altruismo, "não comas com a bota aberta", "limpa os pés antes de entrar em casa", "não comeces a comer antes do teu pai", "deixa o teu irmão brincar contigo com os legos"... e de repente aos 24 anos, 11 meses e um dia apercebemo-nos que isso afinal é só para as crianças. Os adultos (ainda não sei a partir de que idade) podem fazer aquilo que bem quiserem. Espalhar migalhas pela casa, deixar roupa suja no chão, não fazer a cama e não emprestar mesmo aquelas coisas velhas que estão em casa enfiadas numa gaveta e que nunca usaram. E porquê? Porque sim!

13 June 2008

Há alturas em que eu acho que toda a gente tem um propósito na nossa vida, nem que seja para a gente meter a pata na poça e aprender alguma coisa com isso. Hoje apercebi-me de uma grande "metidela" de pata na poça e de um reflexo horrivel de mim noutra pessoa.

Moral da primeira história - em circunstancia nenhuma é possivel ter relações de puto à vontade com colegas de trabalho. As pessoas perdem noção do que é próprio e aceitável. Vamos-lhe dar mais 2 tentativas até começar a cortar cabeças, afinal de contas, a inocencia foi minha.

Moral da segunda história - a obesidade tem de ser uma doença psiquica. Não é normal as pessoas só viverem para comer e fazerem tudo em função de comer. Eu sou assim. Sempre a pensar numa desculpa. Estou triste, não sei quem faz anos, faz 27 dias que comecei a trabalhar, falta 3h para o fim de semana, portugal perdeu, portugal ganhou, portugal não jogou nada e empatou, o scolari vai embora. Querquer coisa, leia-se, qualquer merda serve para um gelado, um bolo, uma pizza, queques, waffles, crepes, chantily... não é normal e há dias em que me sinto completamente inojada por ser assim! Tem de haver outra forma de comemorar/reconfortar que não seja esta! Bah!

Excesso de tempo

O excesso de tempo tem destas coisas. Hoje, sem nada para fazer, perdi-me nas páginas deste blog. Páginas antigas, já com mais de 2 anos. Já quase tinha esquecido aquela pessoa que fui. Já quase não me lembrava da tristeza, da solidão, da dor de outros dias. Rever pensamentos, sentimentos e crenças. Nota-se bem que já não sou aquela pessoas que era, mas invejo-me a forma de escrever. Talvez porque eram alturas de sentimentos mais fortes, mas revolta, mais tristeza, mais necessidade de ter dias em que tinha mesmo de ser feliz ou morrer. Mas a base é a mesma. A insegurança, as necessidades, a instabilidade.

Hoje dá-me vontade de ir atrás no tempo e dizer-me que posso continuar a acreditar que um dia tudo aquilo vai passar. Que um dia a paz vai voltar, a felicidade, os sonhos, o bem estar. E disser-me que mesmo assim, nada disso dura, nunca, muito tempo. A vida é mesmo assim, altos e baixos. E mesmo quando tudo vai bem, tudo vai mal! As coisas que nessa altura queria e sonhava, hoje tenho. O amor, carinho, mimo, atenção e companhia que tanta falta me fizeram. E agora novas coisas se sonham e faltam. Porque a vida é feita mesmo assim, de um sonho atrás de outro.

Hoje em dia já não venho para aqui com a mesma facilidade, acho que foi uma coisa que me ficou, não partilhar uma intimidade que não é só minha. Mas se calhar faz falta, vir para aqui revoltar-me com o mundo, com os combustiveis que me levam o dinheiro todo que tenho só para poder estar com o meu bocadinho de paz, com a falta de estabilidade financeira que preciso para ter a minha casa, com as minhas coisas, a falta de trabalho que tantas vezes é tão bom e tantas outras nos traz um estupido sentimento de inutilidade e de excesso de tempo.

Tempo para perceber que não me apetece estar mais aqui, tempo para fazer simulações de creditos habitação e creditos automóvel. Ver casas, comparar preços, fazer contas. 1650€ mensais para sair de casa. Quase dá vontade de rir. E adia-se o sonho mais uns meses. A espera que desespera. Que situação mais caricata. Hoje estou triste. É um daqueles dias em que toda essas pedrinhas no sapato enervam. E precisava tanto daquele silêncio, daquele abraço, daquela paz e sossego. Em que tudo parece voltar a fazer sentido, durante aqueles minutos, naquele abraço. E tenho de estar aqui a brincar ao mundo dos crescido sem que ninguém me dê uso. Quando acabar a brincadeira será tarde demais para esse abraço. E quando voltar a haver tempo já não será o tempo suficiente. Caricato? Ou ridículo, já nem sei bem... como é que dizem por aí? "A vida de adulto é mesmo assim"...