31 March 2007

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Não é saber que és a vida de outra pessoa que me magoa. Não é sequer saber que outra pessoa é a tua vida. Acho que é o meu nada. O nada em que me transformaste.
I'm not hurt, I'm damaged. Foi uma frase com que me cruzei um destes dias. E acho que é mesmo isso. Já nada dói como doeu um dia por já não estares ao meu lado. Os meus dias já não param por tua causa. Mas as cores não têm o mesmo brilho. E provavelmente nunca vão ter. Acho que foi por isso que acabei por me apaixonar um pouquinho por fotografia. Com aquela olympus, ou com um simples tratamento de photoshop uma imagem fica a parecer um mundo que um dia conheci, que via com os meus próprios olhos. Hoje em dia aparecem apenas em pequenos momentos, essas cores. Momentos de felicidade instantânea. Entretenho-me com uma passa de um cigarro, que ainda hoje me põe tonta, aquela sensação parecida com borboletas no estômago. Ou com álcool, um efeito talvez mais prolongado, com uma alegria mais despreocupada. Perco-me em relações fúteis e mensagens trocadas ás 3h da manhã. Tento ter 16 anos outra vez, reviver dias de felicidade fácil. Confundo desejo com carinho, excesso de álcool com paixão, carência com sofrimento. Estou perdida.
Aprendi a fazer de ti a minha vida. Prometi-te que cuidaria de ti para sempre. Disse-te que nunca te deixaria sozinho e que ia ser sempre a tua toca. Nada jamais te iria fazer mal, porque eu ia estar sempre lá. O meu mundo cresceu à tua volta, tudo o que sei fazer é cuidar de ti. Mas tu já não existes. E ninguém toma o teu lugar. Não totalmente. E eu preciso tanto de cuidar de alguém. Foi a única coisa que algum dia soube fazer bem.

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