31 January 2007

O referendo

Eu não sou nada destas coisas, de dar a minha opinião sobre questões, não se lhe poderíamos chamar politicas, talvez não seja o termo correcto, mas pronto.
Embora ainda não tenha tirado o tempo para reflectir seriamente sobre o assunto, a verdade é que até hoje não ouvi uma opinião que me fizesse considerar seriamente votar "não" no dia 11.
Tudo bem, eu já vi os vídeos do Marcelo Rebelo de Sousa na página criada a propósito do referendo, assim como já vi a resposta do Francisco Louçã a esses vídeos, e não posso deixar de concordar um bocadinho com o que ele diz. Sim, a lei existente não está a ser cumprida, sim, a lei que querem criar é abusiva, nenhuma mulher deve abortar só porque é giro ou porque não dava grande jeito ter um puto para tomar conta. "Ah, é tão bom quando te vens dentro de mim, isso excita-me tanto. Ups, tou grávida, vou abortar". Isto para mim não faz sentido, não concordo e as pessoas têm de ser responsáveis.
Mas a verdade é que isso vai continuar a acontecer se a lei não for mudada. Vou continuar a haver clínicas de aborto clandestinas, vão continuar a morrer mulheres como consequência disso, as pessoas vão continuar a ir a Espanha se tiverem dinheiro para o fazer e vão continuar a nascer crianças que não são desejadas, que são mal tratadas e abusadas.
E acho que por isso, e se calhar só por isso, eu vou votar sim. Porque a lei que existe, já não chega, já não faz sentido. Ao contrário do Marcelo, eu concordo com a despenalização, e embora a lei preveja a liberalização, eu vou votar sim.

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