07 December 2006

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Tenho andado impossível de aturar. Tenho bem noção disso. Só me apetece estar quieta, em silêncio, sem qualquer tipo de interacção com o que me rodeia. Não me apetece ver pessoas, não me apetece dirigir a palavra a ninguém… tudo o que seja mais do que estar apática num canto qualquer de uma sala torna-se para mim uma ideia insuportável. Não sei ao certo porque estou assim, como nunca sei quando estas coisas aparecem. Pode ser a chuva, pode ser o frio, pode ser da aproximação do natal ou de todos os trabalhos que tenho para fazer. Pode até nem ser nada disto. Honestamente não sei.

Esta semana achei que tinha de relaxar, tirar um dia para mim, ou vários, o que fosse preciso. Não posso continuar de mau humor com o mundo senão, mais tarde ou mais cedo, o mundo vai-se fartar. Então ontem acabou por ser um dia positivo. Ou, mais positivo. Achei que devia começar por baixar os objectivos. O objectivo de ontem era sobreviver. Sobreviver a mais um dia com o mínimo de estragos para mim, para a minha sanidade mental e para a sanidade mental daqueles que comigo convivem. Por isso, para começar, achei por bem nem por os pés na faculdade. E foi um bom começo. E depois comecei a minha terapia em três passos:
1) Concentrar o cérebro numa tarefa inútil durante o máximo de tempo possível, de forma a impossibilitar que os pensamentos divergissem para problemas ou preocupações. Como? Pegar num pacote de pevides com sal e estar mais de uma hora a optimizar o processo de descasque. Tive de parar, já não estava a sentir os lábios por causa do sal.
2) Dedicar algum tempo ao relaxamento do corpo para ajudar o relaxamento da mente. Forma: uma hora de cardio intensa de forma a retirar toda a tenção acumulada no corpo e o deixar preparado para uma hora de puro mimo, sauna e jacuzzi.
3) Manter um ambiente agradável, ou seja, não contraria o estado de espírito e as necessidades emocionais presentes. Evitar confrontos, evitar a presença de pessoas, principalmente com quem se tenha de manter a chamada conversa de circunstância. Mais importante, conviver com pessoas com quem se possa manter um silêncio sem que isso se torne constrangedor. E mimo, muito mimo.
Acho que posso dizer que correu quase tudo bem. Quase… foi, de qualquer forma um passo positivo na minha reconciliação com o mundo.

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