01 February 2011

O meu corpo já não reconhece as horas. Sente-se baralhado e decide despertar. Sente-se estranho sem ti. O banho levou-lhe o cheiro, a saliva e o suor. Sente-se leve e despido. Como a alma que o preenche.
A vida devia ser sempre assim, simples e linear. Carnal. Básica. Sem consequências, sem premeditações. Talvez não faça sentido ser sempre assim, mas hoje, agora, faz. Agora que já nada sei do amor, da entrega e da dedicação. Agora que só reconheço o desejo, a adrenalina e o prazer. A vida vive-se ao segundo, no linha que separa aquilo que sabe bem daquilo que terá consequências.
O corpo pesa-me e doi-me. Da tua boca no meu pescoço, das tuas unhas na minha coxa. Marcas daquilo a que me resumo, nas horas em que tudo o que sei é que me apeteces. E neste momento apeteces-me, uma e outra vez.

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