06 September 2010

O tempo está finalmente como eu. Triste mas quente, das batalhas travadas recentemente. Quente da dor que me pesa e me mói. Sei que eventualmente há-de cair a noite sobre mim e arrefecer, esfriar, esquecer toda a dor que me causaste. A desilusão e amargura darão lugar a um novo dia, quem sabe, sem chuva. Ainda falta a parte pior, aqueles dias em que esqueço tudo o que de mau havia entre nós e me recordo apenas das coisas boas.
Gostava de ter tido a tua capacidade de nós esquecer. Esquecer promessas, esquecer momentos, esquecer sorrisos e silêncios. E simplesmente partir para outra, folha em branco, um mundo de oportunidades por descobrir. Pergunto-me, vezes e vezes ao longo do dia se as falhas dela te lembrarão de mim. Das coisas que eu tinha de bom. Temo ser recordada apenas quando ela se ajoelhar as teus pés e te voltar aquela dificuldade, aquela repugna, aquele desespero que em tempos sentias. Não sei se serei recordada por mais do que isso.
Resta-me voltar ao que era antes de ti. Resta-me aprender com os erros que cometi. Resta-me evoluir. Ou encabrecer. Ficar egoísta e estúpida. Obcecar com sexo e coisas fúteis. E esperar que alguém, um dia, me veja de novo para além da merda que sou.

No comments: