É no inicio da nossa vida que encontramos a maioria das pessoas com quem acabamos por partilhar o resto da nossa vida. A maioria deles encontramos ao longo do nosso longo percurso académico. Colegas, amigos dos amigos, estranhos em cafés, um puto simpático a quem esmurramos o carro a estacionar de manhã.
Mas a curiosidade não reside aí. O que é curioso é que quando saímos para o mundo real, para os problemas, para o trabalho, para o ordenado que não chegar ao fim do mês, para a falta de tempo que temos para os amigos e as caras metade somos mudados. Moldados. Amarrotados. Amassados pela pressão e pela desilusão que nos aperta, de dentro para fora.
Hoje não reconheço o brilho no olhar de quase nenhuma das pessoas que me acompanhou em noites de bebedeira perdida no chão de um qualquer parque de campismo. Vi-os perder a esperança, a alegria, a inocência. Não dei por nada mas agora que olho para trás não lhes vejo os risos, nem a tranquilidade da existência. E pergunto-me, terei eu perdido tanto quanto eles?
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